Esta pergunta deve estar a ser feita por muitos Barranquenhos, pelo menos desde a tarde de sábado, quando António Costa, primeiro ministro, divulgou as medidas de restrição para o período de 9 a 23 de dezembro de 2020.
Uma outra dúvida deve também
andar na cabeça de muito boa gente, desde ontem à noite: - Porquê estamos na lista de “risco elevado”, se “temos apenas três casos
ativos”? A resposta está nos critérios de risco epidemiológico, em função dos casos por município e não por casos/nacional, evitando assim penalizar todos por igual, como sucedeu na primeira vaga (março/abril).
A partir de novembro, o governo adotou o critério do Centro
Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, uniforme para toda a União
Europeia, que define como situação de elevada incidência a existência de 240
casos por cada 100 000 habitantes, nos últimos 14 dias.
No Mapa
de Risco, de base municipal, foram criados quatro escalões:
- Risco
Moderado: menos de 240 casos/100 mil habitantes;
- Risco
Elevado: entre 240 a 480 casos, idem
- Risco
Muito Elevado: 480 a 960 casos, idem
- Risco
Extremamente Elevado: mais de 960 casos, idem.
Foram estes critérios, com base no número de casos ativos “nos últimos 14 dias” – que variou
entre 4 e 6 casos, ou seja, entre 245 e 368 casos por 100 mil habitantes - que levou o governo a integrar Barrancos na lista dos municípios de “risco
elevado”, para o período das 00h00 de 9 de dezembro, até às 23h59 de 23 de dezembro
de 2020, salvo eventual renovação já prevista até 7 de janeiro de 2021.
A definição dos critérios de risco não está isenta de críticas,
e muitos autarcas contestaram a avaliação dos seus territórios alegando que “a
definição do risco não tem em conta os casos recuperados no mesmo período”
ou, então, que “os territórios de baixa densidade deveriam ter uma discriminação
positiva”, com base “na população e na área municipal”.
Estas, e muitas outras críticas apontadas ao “mapa de risco”, poderão
ter as suas razões e ser válidas, mas os critérios foram definidos previamente e,
até à sua alteração, serão estes os que estabelecem o “mapa de risco” para
cada município, num determinado período.
A aplicação dos critérios de risco sem uma ponderação da
especificidade local e da situação epidemiológica atual (apenas três casos
ativos) cria uma situação de injustiça para o município de Barrancos, que
penaliza toda a comunidade, e em especial o setor da restauração /bebidas os
mais sacrificados desde o início desta pandemia.
Entretanto, haja esperança (e sorte!), para que consigamos "achatar a curva", e Barrancos possa regressar à lista dos municípios de risco moderado. Preferencialmente, com zero casos.
Mapas de Risco municipal
"Pontos de Situação" - CMB/SMPC
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