segunda-feira, 27 de novembro de 2006

RVCC de Barrancos - Novas Oportunidades

Soube, há dias, que uma empresa de Barrancos resolveu sensibilizar os seus trabalhadores com mais baixa qualificação escolar, para a possibilidade de requalificação profissional e valorização pessoal, através do processo de reconhecimento, valorização e certificação de competências (RVCC).

Contaram-me, depois, as respostas:

Resposta 1 (a maioria): "...ah...sim!... como é isso... vou pensar!?...”

Resposta 2 (vários): “...ah...sim!... quanto pagam?”

Resposta 3 (poucos): “...podem contar comigo, como faço a inscrição?”

Mas não estejam surpreendidos, por que esta súbita “vontade” de aprender e de adquirir novas competências, recorrendo aos centros de RVCC, é generalizável ao País, não é um exclusivo de Barrancos!

E assim vãos as NOVAS OPORTUNIDADES.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Leite Vasconcelos - o primeiro filólogo a estudar o dialecto barranquenho.

Foto do Dr. Leite Vasconcelos, de barbas, nos anos 35-36 do Séc. XX, em Barrancos


José Leite de Vasconcelos Cardoso Pereira de Melo (Ucanha, 07/07/1858 -Lisboa, 17/05/1941) foi um linguista, filólogo e etnógrafo português, e o primeiro a estudar o dialecto barranquenho.

Em Barrancos o Dr. Leite de Vasconcelos fez o trabalho de campo e a pesquisa para a elaboração do livro Filologia Barranquenha – apontamentos para o seu estudo, concluído em 1940, mas só editada em 1955, depois da sua morte.

Durante a sua permanência em Barrancos, que se prolongou por vários meses, esteve hospedado na casa da família Figueiredo, situada no centro da Vila.

Há ainda algumas pessoas em Barrancos que recordam o Doutor Vasconcelos, e dele falam com saudade!

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Caracterização sócio-cultural do dialecto barranquenho

Em Barrancos fala-se o barranquenho!
“O dialecto barranquenho, falado em Barrancos é uma variedade do português meridional (o alentejano) com fortes traços das variedades meridionais espanholas (andaluzas e estremenhas).
A origem desta fala provavelmente esteja relacionada com os assentamentos na Idade Média em torno ao Castelo de Noudar, de súbditos do reino de Castela, em terras hoje portuguesas. A pervivência desta fala mista talvez se deva ao contínuo contacto mantido entre a vila de Barrancos e as populações vizinhas espanholas – Encinasola, Fregenal de la Sierra, Higuera la Real e Oliva, entre outras -, no que diz respeito as relações de tipo social, cultural e económico, e ao isolamento que o município tem sofrido ao longo dos séculos.
Em Barrancos é possível ouvir três sistemas linguísticos diferentes: o português – variedade alentejana; o espanhol – variedade andaluza ou extremenha; e o barranquenho propriamente dito. O português é a língua dos ofícios religiosos e dos contactos formais entre pessoais instruidas. A presença ou ausência dos traços que conformam a fala barranquenha, maioritária na Vila, estão relacionados com o grau de conhecimento do português standard. Porém, a fala espanhola é utilizada principalmente entre pessoas da primeira e da segunda geração e também na literatura oral tradicional (canções dos “quintos”).”
In Maria Vitória Navas, Prof. Universidade Complutense, Madrid.
(Adaptado da Agenda 21 Local de Barrancos, 2006)

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Quem defende o consumidor?

Em Portugal existe um organismo público chamado Instituto do Consumidor (IC), com a missão de promover e salvaguardar os direitos dos consumidores.
Neste quadro o Instituto do Consumidor tem por obrigação desenvolver, entre outras, acções de serviço público, tais como:
a)Análise do mercado, dos produtos e serviços e seu impacto nos consumidores.
b)Realização de campanhas de informação e sensibilização.
c)Apoio aos consumidores individuais que passa, nomeadamente, por:
- prestação de informações;
- recepção e encaminhamento de reclamações;
- disponibilização de um centro de documentação;
Agora, sejamos sinceros, alguém conhece as acções desenvolvidas pelo IC na promoção dos direitos dos consumidores? Eu não!
Conheço de há muito a DECO e, agora, a recentemente criada Associação Portuguesa dos Consumidores e Utilizadores de Produtos e Serviços Financeiros (SEFIN), que denunciou os abusos dos bancos nos arredondamentos dos juros nas taxas do crédito à habitação.
Para saber da utilidade do IC faça como eu: coloque uma questão, via postal ou electrónica, (ex: pedido de esclarecimento) dirigida ao IC e aguarde; ou melhor esqueça, por que não vai ter resposta!...

terça-feira, 21 de novembro de 2006

A importância da HAmigo para Barrancos

A “Associação de Solidariedade Social, Barrancos – Horizonte Amigo”, abreviadamente HAmigo, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), constituída por escritura pública celebrada em 28/11/2001, com sede na Rua Dr. Filipe Figueiredo, nº 12, em Barrancos (antigo consultório do Dr. Fernandes), espaço cedido pela Junta de Freguesia de Barrancos.
A HAmigo nasceu da vontade de um grupo de cidadãos residentes em Barrancos que, imbuídos de um espírito altruísta e solidário, reconheceram a urgência e a necessidade de criação de uma IPSS vocacionada para a prossecução dos objectivos e finalidades estatutariamente estabelecidos e legalmente admissíveis, nos termos do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25/2.
Na sua curta existência a associação tem vindo a desenvolver um vasto leque de actividades, das quais são de destacar as seguintes:
- Gabinete de Informação Social;
- Clube de Emprego de Barrancos (Concluído em Maio de 2004)
- UNIVA DE BARRANCOS (de Junho de 2004 a Maio de 2006.
- CENTRO TIC (iniciado em Março de 2004, aguardando a renovação do protocolo);
- (DES)IGUALDADE ENTRE MULHER E HOMEM (Comissão para a Igualdade e para os direitos das Mulheres – CIDM), (decorreu de Setembro 2004 a Agosto de 2006.
- EQUAL “BARRANCOS ACTIVO” (encontrando-se em execução desde Junho de 2005.)
Para 2007, de acordo com o seu programa de acção, as prioridades são as seguintes:
• Manutenção do Gabinete de Informação Social, do programa Geração Millenium, aprovado pelo IPJ em 2002, neste caso integrado no âmbito do Gabinete de Acção Social da associação;
• Organização e desenvolvimento das actividades do “Centro TIC” integrado no projecto Clique Solidário (II fase);
• Dinamização das acções e actividades da 2.ª fase do projecto “Barrancos Activo” – EQUAL, iniciado em 01/06/2005;
• Dinamização do projecto “Gabinete de Apoio à Família e ao Idoso, candidatado à EDP Solidária 2006;
• Dinamização da “Universidade da Terceira Idade”;
• Criação e dinamização de uma “Lavandaria Social”;
• Elaboração de estudo de viabilidade de criação de infantário (0-3 anos);
• Desenvolver, em parceria com outras entidades, um projecto de promoção e/ou de apoio à comunidade, aos idosos e às pessoas em situação de carência;
• Dinamização da “bolsa de voluntários” destinados a apoiar as acções e actividades da associação;
• Formação de técnicos especializados no apoio social e comunitário;
• Recolha e sistematização de dados/informação acerca das necessidades da população e dos recursos existentes (elaboração, se possível, de um diagnóstico social);
• Promoção de actividades sócio-culturais e de ocupação de tempos livres, que favoreçam o relacionamento intergeracional.
• Participação e colaboração em projectos e/ou iniciativas comunitárias ou nacionais;
• Elaboração do projecto GIT “APRECON III” – INTERREG AAA, visa dar continuidade à promoção do ensino da língua espanhola em Barrancos e da língua portuguesa em Encinasola (Espanha);
Em complemento com as actividades da associação, a HAmigo é membro e/ou parceiro dos seguintes conselhos/comissões/projectos:
- Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Barrancos;
- Conselho Municipal de Educação de Barrancos;
- Conselho Local de Acção Social – Rede Social;
- Conselho Municipal de Segurança de Barrancos;
- Comissão Local de Acompanhamento do RSI;
Para assegurar as actividades da associação e a dinamização dos seus projectos a associação recorreu à contratação de pessoal técnico. Contudo, algumas das acções não seriam realizadas sem o apoio, o profissionalismo, a dedicação e o voluntarismo das técnicas, em especial da Marisa Ramos e da Sandra Pão Duro, a quem daqui saúdo e presto público reconhecimento e gratidão.
Para mais informação, contactar a HAmigo:
Telefone: 285 958 514 – Fax: 285 958 592 – Mail: ipss.hamigo@gmail.com

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Vantagens ou inconvenientes de morar numa terra pequena?

Por vezes, devido à minha situação pessoal de “deslocado” (vivendo cá e lá e, ao mesmo tempo, em lado nenhum), dou por mim a teorizar sobre as vantagens e inconvenientes de viver numa terra pequena.
Em Barrancos, conheço o vizinho do lado… e o da frente; conheço os vizinhos da rua… e os do bairro…
Melhor ainda! Conheço todos os vizinhos…
Aparentemente conheço todos os meus conterrâneos residentes!
Na rua, ao dizer “Bom dia …”, “Olá Fulano”, “Como vai sicrano”, não estou apenas a saudar quem vejo nesse momento (o meu interlocutor). Estou também a saudar a sua família que, à memória, vou buscar inconscientemente…
Contrariamente, no meu outro “sítio”, não conheço os vizinhos do prédio, nem sequer o do lado… muito menos o do bairro! Não conheço ninguém!

domingo, 19 de novembro de 2006

Mina de Apariz – As riquezas do subsolo de Barrancos

A história recente de Barrancos tem paragem obrigatória na Mina de Apariz. A actividade mineira ali desenvolvida serviu de veículo de desenvolvimento, marcando registos hoje lembrados com saudade.
O esquecimento e a deterioração do principal pólo mineiro da região (Apariz), deve servir-nos de reflexão para a maneira como tratamos a nossa própria história, e da forma como desaproveitamos as boas oportunidades de dignificar e valorizar o nosso património.
Durante mais de vinte anos (1953 a 1975), a actividade desenvolvida na principal mina de cobre da região Alentejo-Sul (Apariz), foi sem lugar a dúvidas, o contributo mais valioso que o município de Barrancos recebeu na segunda metade do séc. XX. A Mina de Apariz pela dimensão da própria exploração chegou a ser considerada uma “freguesia” de Barrancos. No lugar da Mina de Apariz chegaram a residir no início da década de 70 do século XX cerca de 400 pessoas entre operários e suas famílias.
A Mina de Apariz possuía escola primária, com residência para a professora, posto médico, campo de futebol (o de Barrancos, no Baldio, só foi construído em 1977/78), entre outros equipamentos básicos.
O interesse mineiro suscitado pelo campo metalífero de Barrancos levou a que fossem realizados mais de trinta registos de minas, sendo destacar pelas quantidades de minério e cobre extraídas:
- Mina de Apariz ;
- Mina da Umbria das Ferrarias;
- Mina de Minancos;
- Mina da Defesa das Mercês;
- Mina da Serra da Butefa;
- Mina de Vale de Marcos;
- Mina da Pirâmide Geodésica da Butefa;
- Mina Veiga da Vinha;
A mina de Apariz, foi a única do município, que figurou no Congresso Internacional de Geologia de Washington em 1933, tendo funcionado até 1975.
Fonte: Arquivo Municipal de Barrancos.
Ver: http://sol.sapo.pt/blogs/jdms/default.aspx

sábado, 18 de novembro de 2006

Presunto de Barrancos DOP - Origem da Denominação de Origem Protegida

O ressurgimento e o interesse crescente pela valorização de certos recursos naturais, reabriu perspectivas para o desenvolvimento deste sub-sector com implicações directas nas tradições e nos aspectos sócio-económicos regionais.
Em Barrancos, foi a câmara municipal, em parceria com a Universidade de Évora (UÉvora), através do seu Departamento de Zootecnia, que iniciaram em Novembro de 1989, com o apoio e colaboração da Comissão de Coordenação da Região Alentejo (CCRA), acções preliminares destinadas à realização de estudos de âmbito técnico-científico no domínio das produções tradicionais com base no porco alentejano, tendo como metas o seu ressurgimento e necessária valorização, integração e aproveitamento dos principais recursos naturais.
Com base nas experiências desenvolvidas na Herdade da Mitra (UÉvora) relativas à produção do porco alentejano em sistema de "camping" e acabamento em regime de montanheira, foram integrados trabalhos de pesquisa de âmbito tecnológico em colaboração com produtores e industriais "artesanais" de Barrancos, para o acompanhamento dos processos e técnicas artesanais de fabrico.
Tornou-se desta forma possível no decurso dos anos 1990/91 desenvolver um projecto de trabalhos necessários ao diagnóstico da situação real e das principais limitações para o incremento deste importante e vital sub-sector no desenvolvimento sócio-económico do município de Barrancos.
A demarcação de regiões ou a instituição de denominações de origem protegida (DOP), são trunfos que tendiam a ser cada vez mais utilizados pelos nossos parceiros comunitários. Normalmente a região demarcada delimita uma área geográfica de produção e a denominação de origem protegida identifica o produto com o local. Aceitando como base esta distinção a região demarcada dependia dos recursos renováveis que as suas condições de clima e solo oferecem em termos de matéria-prima e da racionalidade da sua utilização. A DOP assentava em condições de micro-clima, conhecimentos empíricos transmitidos de geração em geração e na utilização da matéria-prima envolvente, o que conduziria ao reconhecimento de um produto genuíno identificado com o local de fabrico, no caso o «presunto de Barrancos".
Realizado o estudo de caracterização do presunto de Barrancos, seguia-se uma segunda e definitiva etapa: a sua certificação como produto de excelência e de qualidade (DOP).
Durante este processo foi indispensável a visão estratégica e apoio do então presidente da câmara municipal de Barrancos, António Guerra, a colaboração técnica e logística da Universidade de Évora (Prof. Tira-Pico Nunes), do Departamento de Zootecnia e o empenho, profissionalismo e persistência da Eng. Ana Soeiro, actualmente dirigente da ex-Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional (ou IHDRA), uma das melhores especialistas na área da qualidade e da certificação dos produtos agro-alimentares.
Posteriormente, em 1998, o ex-presidente da CMB, António Guerra, em reconhecimento pelo trabalho no domínio da certificação do presunto de Barrancos DOP, entendeu homenagear a Eng. Ana Soeiro, a quem dedicou a fábrica Boleta Barranquenha.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Greve geral da função pública

Hoje e amanhã estou de greve.
Aderi à greve decretada pelos sindicatos da Administração Pública (AP).
Concordo que a Administração Pública deve ser “reformada”.
Mais. Concordo que há serviços e institutos públicos a mais. Talvez demasiado.
Mas duma coisa estou certo: não são os funcionários da AP que levaram o País a esta situação. Nem foram os trabalhadores que criaram estes institutos.
Estes serviços foram criados pelos partidos políticos que, em regime de alternância – como no final da monarquia – têm (des)governado o Portugal e lá colocavam, sem qualquer pudor, os seus boys e as suas girls…
Estou de greve. Defendo os meus direitos. O direito à dignidade! O direito à indignação! Tenho esses direitos.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Fiscalização das transacções transfronteiriças

"A Administração Fiscal portuguesa e a sua congénere espanhola celebraram um acordo relativo a um instrumento transfronteiriço de troca directa de informação fiscal, que visa intensificar a assistência administrativa entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha, mediante uma maior cooperação entre os serviços fiscais da zona transfronteiriça luso-espanhola e troca de informação."
(extracto da Nota Imprensa do Ministro das Finanças, de 02/11/2006)
Mais vale tarde do que nunca, lá diz o ditado! Agora é que as nossas autoridades governamentais se aperceberam de que algo se passa, e não é só a mercadoria ou os bens/serviços, nas transacções (compras e vendas) entre empresa na zona fronteiriça!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Curso de cortador de presunto de Barrancos DOP

A proposta de referencial de formação de cortador de presunto de Barrancos DOP, elaborada pelo projecto EQUAL Barrancos Activo, foi apresentada aos especialistas reunidos no Monte da Coitadinha, Parque de Natureza de Noudar, no passado dia 30 de Novembro.
O documento em discussão, com os contributos dos especialistas presentes, será concluído até meados de Dezembro e apresentado à entidade competente para homologação.
No encontro ficou assente a oportunidade e a necessidade de avançar com o referencial de formação e a realização de acções de formação direccionadas para públicos-alvo diferenciados: os jovens em geral e os vendedores e/ou gerentes de lojas e de grandes superfícies comerciais.
Foi, também, lançada a ideia, que mereceu o acolhimento das empresas presentes, de avançar com acções de formação destinadas ao consumidor interessado em descobrir os segredos do corte de presunto de Barrancos DOP, a sua excelência organoléptica e as vantagens e benefícios do seu consumo. Este curso de corte de presunto poderá vir a ser integrado em pacote de turismo rural e de natureza, numa vertente gastronómica, a promover quer pelo Parque de Natureza de Noudar (www.parquenoudar.com) quer pelas empresas do sector em Barrancos - a Barrancarnes, SA e a Boleta Barranquenha.