O grupo parlamentar do PCP apresentou ontem na Assembleia da República o Projeto de Lei nº 800/XIV/2ª, sobre Reconhecimento e proteção do Barranquenho e da sua identidade cultural, que pretende reconhecer o Barranquenho e estabelecer medidas para a proteção, promoção e valorização da língua e da cultura que a enforma.
De acordo com o preâmbulo do projeto, reconhece-se a importância do "dialeto barranquenho como fator de identidade e especificidade do povo de Barrancos, e principal gerador da diversidade cultural no seio da República Portuguesa", devendo, por isso o Estado "assumir a responsabilidade de valorizar a sua função, de apoiar medidas que preservem a sua natureza, com intervenções adequadas junto dos mais jovens, e numa perspetiva inter-geracional, por forma a que não se perca este importante acervo linguístico, também enriquecedor da identidade nacional".
Ainda segundo a proposta, o PCP entende que deve valorizar-se o importante trabalho desenvolvido pelo Município de Barrancos, cuja ação ao longo dos tempos foi relevante para o reconhecimento da importância deste elemento essencial da cultura", com destaque para:
- a classificação do Barranquenho como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal, em 2008; e
- as recomendações saídas do Congresso Internacional sobre o Barranquenho, promovido pela Câmara Municipal de Barrancos, em maio de 2017 e, depois a 24 agosto do mesmo ano, o
- Lançamento do livro da Prof.ª Dra. Victoria Navas "O Barranquenho - Língua, Cultura e Tradição", e a
- A parceria com Universidade de Évora (Cátedra em Património Imaterial da Unesco/CIDEHUS), para fundamentar o estudo para classificação nacional, e posterior ensino na escola local.
O projeto Lei do PCP junta-se ao projeto de Lei do PS, com o mesmo objetivo, apresentado no passado dia 1 de março, que já se encontra em discussão na Assembleia da República.
Vista geral de Barrancos, 2015 (Foto: JS) |
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