A Assembleia da República aprovou ontem, por unanimidade, os projetos de lei do PS para "Proteção e valorização do Barranquenho" e do PCP para "Reconhecimento e proteção do barranquenho e da sua identidade cultural".
Durante o debate já tinha ficado
claro que todos os partidos faziam tenções de acompanhar os projetos, tendo
concordado com a necessidade de reconhecer, como língua oficial, e proteger
como manifestação cultural imaterial identitária, o barranquenho, "falar típico" do concelho raiano de Barrancos, no distrito de Beja, que cruza português e
espanhol.
Por isso, os diplomas defendem que
o barranquenho seja ensinado na escola, estudado e investigado.
O deputado do PS, Pedro Carmo,
primeiro subscritor do documento, advoga a necessidade de espaço para a
diversidade dentro da homogeneidade linguística do país, defendendo o
"património linguístico enquanto traço identitário do património imaterial
das populações".
O deputado comunista João Dias, explicou que o projeto do PCP se diferencia do do PS por introduzir o reconhecimento da
sua identidade cultural, dos hábitos e costumes do povo, as tradições, a
gastronomia e a sua memória.
Para o PCP, além de reconhecer o barranquenho,
é necessário reconhecer as dificuldades por que Barrancos passa: "Está
distante fisicamente, mas económica e socialmente está muito mais distante pela
postura dos sucessivos governos que mantêm um esquecimento e abandono de
Barrancos", pelo que é imprescindível investir em Barrancos, na saúde, na
educação, nas acessibilidades, nos transportes.
Segundo os deputados, "o barranquenho é o resultado do contacto entre o português com sotaque alentejano e o espanhol nas variedades andaluza e extremenha, estando a sua origem ligada aos assentamentos de súbditos do reino de Castela na Idade Média à volta do Castelo de Noudar, em Barrancos".
Os dois diplomas, que foram discutidos ontem, em sessão plenária, baixam agora à 12.º comissão (cultura e comunicação).
2 comentários:
Gostei de ver e ouvir os deuados em unisono sobre o tema do Barranquenho. em boa hora.
retificaçáo oficiosa:
deuados = deputados.
cpts
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