segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

As Escolas de Fronteira na I Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola 2019

A Organização de Estados Iberoamericanos promoveu a 1ª Edição da Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019), em cooperação com os países da Ibero-América, entidades da cultura, educação, cooperação e institutos de línguas, para destacar a importância de trabalhar as duas línguas em conjunto nos domínios da educação, da cultura e da ciência numa perspetiva regional e global.
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.A conferência, que teve lugar em Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, no passado dia 21 e 22 de novembro, centrou-se nas políticas das línguas, na internacionalização, na geopolítica das línguas, nos diálogos interculturais: plurilinguismo e pluricentrismo, no desenvolvimento de competências no domínio da educação e da cultura, sociedade e espaço digital e na relação das línguas com a economia. Consulte abaixo o programa em português e espanhol.
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.Numa das conferências, um dos intervenientes aprofundou o tema inicialmente abordado pelo ministro da educação de Portugal, na abertura do evento. Segundo disse, o projeto Escolas de Fronteira (bilingue), já apreciado ao nível dos ministérios de educação dos dois países, Portugal e Espanha, poderá ser iniciado brevemente, com cinco experiências piloto da região fronteiriça. Curiosamente, nenhuma “escola” está prevista para o Alentejo, sendo que o processo está a ser desenvolvido em Portugal pelo ministério, através das direções regionais de educação, com apoio das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)!
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.As Escolas de Fronteira, ideia sobre a qual já tínhamos falado aqui, várias vezes - a primeira, há 10 anos, em dezembro de 2009 (sobre a Escola Europeia), depois em setembro de 2013 (em subsídios para a história da educação),  em maio de 2014 (Euro Vila I) e, mais recente, em maio de 2017 (Euro Vilas Barrancos/Encinasola II) - mas cujo conceito e estatuto desconhecia, são uma realidade nos países da América do Sul, desde 2003. O Brasil, tem estas escolas bilingues com todos os seus países fronteiriços de língua espanhola, salvo com o Suriname, inglês (cf mapa anexo abaixo).
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.O projeto, com o nome  Escola Intercultural Bilingue de Fronteira, foi proposto inicialmente pela Argentina ao Brasil como etapa de implementação da chamada Carta de Calafate (2003), e mais propriamente do documento intitulado Proyecto Piloto Educación Bilingüe - Escuelas de Frontera Bilingües Portugués-Español, como uma ação bilateral visando a criação de um sistema escolar conjunto que priorizasse o ensino de ambas as línguas. Este projeto foi depois “transposto” para os demais países de fronteira com o Brasil, conforme acima referido. Com sucesso.
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.Na nossa zona, Barrancos e Encinasola são comunidades locais muito próximas, geograficamente confinantes, que mantêm contactos desde tempos imemoriais. Contudo, apesar de integrarem realidades políticas diferentes, atravessam problemas e fenómenos sociais similares: despovoamento, envelhecimento da população; migração de jovens; etc. A eventual criação de uma Escola de Fronteira para os alunos da Barrancos e Encinasola (e outras localidades), seria um projeto estruturante com dimensão social e cultural, mas também politica e economicamente aliciantes, que favoreceriam a fixação de população e atenuar o despovoamento.
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.Barrancos e Encinasola já partilham serviços comuns, a saúde é um exemplo, porque não aproveitar os recursos e partilhar também uma educação/escola comum, que permita a escolarização dos seus jovens, sem sair das suas terras, pelo menos até ao final do ensino secundário, partilhando um projeto de escola bilingue?!

1 comentário:

romcadur@gmail.com disse...

Se olharmos somente para a poupança dos recursos quer humanos que financeiros será no final uma boa solução, Mas os países não são só as fronteiras: Um país é defenido como um território, uma língua, uma bandeira, uma história etc.
Sendo fácil a deslocação, nunca deveriamos pensar em depender das nossas capacidades para fortalecermos a nossa sociedade em geral.
Junarmos os miúdos, mesclsrmo-nos, penso que acabaria por prevalecer o mais forte, o mais numeroso minimizando o mais pequeno; Se os nossos alunos já hoje não sabem quem foi Fernão de Magalhães, Vasco da Gama, Teófilo de Braga, , Cristovão Colombo que descobriu terras da América (portugues ao serviço dos reis católicos espanhóis)e não sabem que escrever (há de haver) não é o mesmo que (a de aver), então entrariam num total atropelo e não só na história. Este tema vai dar pano para (manguitos)