A entrada em vigor dos novos estatutos do ERSAR, que deverá acontecer no primeiro trimestre de 2014, reforçando as competências no âmbito da regulação dos sistemas de águas e saneamento, terá como consequências o aumento do preço dos tarifários (preços) da água, do saneamento e do lixo, "porque há muitos municípios que cobram o serviço abaixo do custo".
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De acordo com a reportagem do Diário de Notícias, de 08/12/2013, abaixo divulgada, Barrancos é o segundo município que cobra o preço mais baixo da água (€ 31,20 para um consumo médio de 120 m3/ano), logo a seguir a Terras de Bouro e o 10º na cobrança conjunta de água, saneamento e lixo (€ 73,80, para o mesmo consumo de água).
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Se está a pensar que esta é uma boa notícia, esqueça, porque a chamada convergência de tarifário vai implicar um aumento brutal na fatura da água, que neste momento é paga a € 0,23/m3 (no primeiro escalão) e poderá passar a custar entre € 1,40-2,20/m3, para o mesmo escalão.
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Conforme aqui (12/04/2013), aqui (25/05/2012) e aqui (02/10/2012) foi referido, pretende-se, a exemplo do que sucedeu com a electricidade em 1984, a criação dum tarifário único nacional para a água, evitando que haja casos de cobranças abaixo do preço de custo (os chamados tarifários políticos), como hoje acontece na maioria dos municípios dos interior, onde se incluí Barrancos.
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A questão do tarifário único não pode, na opinião do eB, dissociar uma outra questão muito importante que está relacionada com a qualidade da água ou do serviço prestado, que não será comparável com a eletricidade. Mesmo sabendo que cada caso é um caso - cada sistema municipal ou multimunicipal tem o seu ponto de captação - as populações do interior são (e continuarão a ser) as mais prejudicadas em termos de qualidade da água. Por este motivo, independentemente dos custos de produção, a convergência de tarifário não irá fazer convergir (uniformizar) a qualidade da água, que nunca será a mesma em todo o território nacional. Em consequência, mesmo admitindo a possibilidade de manutenção de tarifário social, que em Barrancos também existe, não nos parece justo a imposição de tarifário nacional para um serviço que jamais poderá ter a mesma qualidade em todas as casas!
Reportagem DN, 08-12-2013 |
Mapa da água |
Ranking do preço baixo (água), com Barrancos em 2º lugar |
Ranking da fatura (água+saneamento+lixo), com Barrancos na 10º posição |
Infografia dos serviços básicos (DN) |
4 comentários:
Sr. Dr. Jacinto: até aui tudo muito bem... o problema é e sempre será, a meu ver, que o que ganha 1500€ paga o mesmo que o que ganha 600€!!! O mesmo acontecendo nas taxas moderadoras... Para não falar de outras questões, como por exemplo esta: os de beja precisam de ir ao hospital, está logo à porta, nós estamos a 100Km!!! Mas o desconto para a segurança social é o mesmo!!!
Desta forma, nunca chegaremos a uniformidades.
Cumprimentos.
Caro/a leitor(a).
O preço da água, tal como o IVA, é cego. O mesmo paga o rico que paga o pobre.
No entanto, nos tarifários da água é admissível a criação de tarifas sociais, com preços diferenciados com base nos rendimentos do agregado familiar, dos nº de filhos, etc.
Por causa do aumento da água já existe uma petição on-line a circular nas redes sociais
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT71740
E não é só a qualidade da agua que está em causa, pois todos sabemos que em Barrancos tem períodos péssimos, mas para além disso a falta de pressão em zonas como a do cerro é escandalosa, de inverno, a agua quente corre mesmo muito pouco, e de verão é geral, se tiver a lavar a loiça ou a roupa nem vale a pena abrir outra torneira, é uma vergonha.
Aproveito esta mensagem para desejar boas festas a si e a todos os leitores do blog.
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