Na década de 1920, quando o escudo atravessava uma das piores crises económicas de que há memória, a moeda desvalorizou de tal forma que o metal de uma moeda era mais valioso do que o seu valor de rosto. Nessa época, de elevada inflação, muitas câmaras municipais, e até estabelecimentos comerciais privados, foram autorizados a emitir notas e títulos com valor monetário, para evitar a utilização de moedas.
Todas
estas emissões, incluindo as das autarquias, foram feitas ilegalmente, mas
toleradas pela sua utilidade pública e circulação restrita. Tirando as emissões
da Casa da Moeda e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tinham circulação
nacional, as restantes destinavam-se a suprir a necessidade de moeda a nível
local, sendo o seu uso restrito ao concelho emissor.
Em regra,
estas moedas-papel continham um valor entre um e cinco centavos, por vezes até de
maior valor e perduraram entre os anos de 1917 a 1925, tendo já o governo
proibido a sua circulação em 1924, mas só após a revolução de 28 de maio de
1926 é que começaram a desaparecer definitivamente com a emissão em massa, de
moeda de pequeno valor.
Todo o
País viveu à custa deste dinheiro espontâneo, improvisado em farrapos de papel
ou discos de lata, impressos, datilografados ou apenas manuscritos, com ou sem
carimbo ou assinatura. Seria assim até ao final da Primeira República.
Ao todo, 178 concelhos (mas não Lisboa e Porto) farão dinheiro em papel comum, a usar na respetiva área geográfica, entre os quais a Câmara Municipal de Barrancos. Em baixo, imagens das cédulas fiduciárias (papel-moeda) emitidas pela Câmara Municipal de Barrancos, em data que se presume seja 1921/1922, encontradas em sites de leilão numismático.
1 comentário:
Jacinto: Muito curioso e interesante
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