Seguindo o rito anual vão-se realizar mais umas festas em Honra de Nª Sra da Conceição, em Barrancos.
Agora que uma parte do ritual foi internalizada, inclusive
pelos que dela procuraram publicidade em nome de putativos direitos dos animais
(que alguns desses prosélitos contestavam com lógica e Direito!), agora que
algumas pessoas a necessitarem de tratamento psiquiátrico que se escondiam sob
o epíteto de animalistas se aquietaram, o ritual no seu conjunto religioso e
também profano, interligados e articulados pela Comissão de Festas e todo o
povo de Barrancos em geral desenrola-se com paz e tranquilidade.
Como sempre, mesmo nos tempos da proibição mas não nos
tempos agitados em que a incompreensão pela lógica sócio-antropológica e uma
ideia errada da vida dos campos, assimilando os animais neste criados com
funções pastoris, aos lúlus torturados sem preocupação nos apartamentos
citadinos e que não são matéria de preocupação dos ditos amigos dos animais,
mesmo quando o seu excreta abunda pelas cidades, esses foram momentos de grande
angústia.
Hoje como inúmeras teses universitárias aprofundam, o tempo
pára em Barrancos, nos momentos mágicos da procissão, do “encierro” e da
corrida tudo numa lógica de defesa da continuidade do espírito que se faz
carne, de toiro, depois nos convívios, elevando o espírito para os bailes e
festas numa lógica que já foi também genésica, espírito, materialidade no corpo
e continuação.
Muitos enganos se desenvolveram e ainda se desenvolvem em torno da parte
taurina das festas, de todas as festas. que pelo país marcam a eternidade da
continuidade, seja no efémero do momento.
Estamos nas festas de Barrancos que também cumprem com o ritual da construção dos “tabuados”, únicos que dão magia à nossa Praça e inclusivé
levam (outra tese) que a Virgem saía pela porta da sacristia para dar unção ao
povo.
Agora sossegado o povo e sem a pressão da angústia de nos
roubarem o toiro (para fazer o quê?) as festas de Barrancos, a nossa “féria” volta,
ou melhor continua a ser, com a integração do tempo e da sua paisagem feita
pelos homens, um momento de convívio, de cante, de tertúlia, de comes e bebes e
de honra do espírito que fez este povo e obviamente do sagrado que nos protege.
Contra tudo e contra todos mas em nome da nossa humanidade.
ass) António Eloy
Ecologista, barranquenho
Sem comentários:
Enviar um comentário