sábado, 31 de julho de 2010

SIC: Perdidos e Achados - a formação profissional em Barrancos

Da programação da SIC, retirei a seguinte divulgação para hoje - Perdidos e Achados (21h00):
"Em 2001, como agora, a agricultura ocupava cada vez menos pessoas, a indústria procurava estabelecer-se em zonas com mais fácil acesso e as populações eram obrigadas a partir para o estrangeiro ou para as periferias das grandes cidades.
A desertificação era combatida em muitos casos de forma artificial. Na altura, os subsídios comunitários alimentavam os inúmeros cursos de formação profissional.
A formação ocupava a população de Barrancos mas já era claro que, na sua maioria, não eram solução para o futuro.
Os alunos acumulavam cursos atrás de cursos mas raramente tinham a oportunidade de aplicar os conhecimentos.
Nove anos depois de um retrato preocupante do interior português, o Perdidos e Achados regressou a Barrancos.
Quisemos saber o que fazem agora os alunos dos cursos profissionais e se esta formação continua a ser a solução para adiar o problema. Empregados no (de)semprego, é o título da reportagem."

Um trabalho do jornalista Hugo Alcântara, com imagem de Tiago Trindade para ver neste sábado, 31 de Julho, pelas 21:00, na SIC.

9 comentários:

romcadur disse...

Vi a velhinha reportagem. juntamente com o anexo do tempo actual e tudo junto fica Barrancos com uma má imagem onde só se vive para os beneficios dos cursos.

È verdade que os alunos nem sempre são os mais necessitados ou os mais interessados nos cursos de facto, pois que há pessoas nos cursos com idade que dobra a dos jovem, mas compreendo que a formação serie importante se o objectivo fosse o aproveitamento.

Disse alguém "Dá um peixe a um homem e ele morrerá de fome, dá-lhe uma cana, fio e anzol, ensina-o a pescar e ele não morrerá"

O nosso povo diz: Então quando te casas. Ora nâo tenho casa. Vai morar com os teus pais. Pois já eles nâo se casaram pelo mesmo motivo.
Hoje os pais querem os filhos até
mais tarde possivel em casa e estes sentem-se bem em casa.

Há que incutir o esperito de emprenderismo, principalmente nos jovens.

Carlos Ramalho disse...

O problema não está apenas na sua frequência por pessoas que vão fazendo coleção de cursos, mas sim que tudo isto custa milhões aos contribuintes, serve para dar emprego aos amigos dos dirigentes do IEFP e fica tudo na mesma.

De uma forma artificial, pessoas com a 4ª classe ou 2º ano do ciclo preparatório, passam a ter o 12º ano para ficarmos bem na fotografia da União Europeia, mas na realidade estamos cada vez mais na mesma ou ainda pior.

Anónimo disse...

Comenta-se e critica-se tanto as pessoas que andam a saltitar de curso em curso, mas é para alguns/algumas a única forma de ganhar algum, numa terra sem oportunidades como é Barrancos e se isto é grave para os mais jovens imaginem para aqueles(as) que tem mais idade o dificil que não é conseguir um trabalho...
Eu sou tambem dos que opinam que estes procedimentos e tipos de politicas não nos levam a sitio algum, facto que ficou provado nesta reportagem, passou uma década e continua tudo na mesma, ou porque faltou motivação e empenho dos formandos ou porque as oportunidades não eram tantas como dito no inicio das formações (tambem tem acontecido e muito).
Mas há mais, critica-se o facto dos formandos coleccionarem diplomas e formações, mas reparem que estes apenas ganham o salário minímo nacional ou uma bolsa de formação que nem a isso chega, é uma unica forma de conseguir no final do mes trazer algum para casa. Contudo a grande "fatia do bolo" no mundo das formações profissionais fica para os formadores, coordenadores e empresas que ministram a formação, esses sim ganham muito dinheiro não os formandos como muita gente fica com a ideia...

Anónimo disse...

Eu não estou é de acordo que se excluam destes cursos / formações os mais jovens (22, 23 anos) que estão interessados em frequentar para ficarem com o 12.º ano, para aceitarem pessoas com uma certa idade já (50 anos), em detrimento dos mais jovens.

Muita das pessoas de Barrancos fazem destes cursos uma forma de empregos temporários, e desculpem o termos mas há muitos que temos de apelidar de "mamões" porque não querem fazer mais nada se não andarem em cursos e formações.
O Lar da 3.ª Idade há pouco tempo atrás elaborou um comunicado abrindo as suas portas a voluntários para diversas tarefas resultado ZERO, poucas ou nenhumas pessoas foram fazer esse voluntariado. Algumas dessas tarefas até poderiam ser desenvolvidas por pessoas que frequentaram cursos que tenham a ver com a area, mas não, não porque trabalhar não é mesmo para algumas (para não dizer muitas) das pessoas que frequentam esses cursos. Muitas(os) gostam é de andar a passear pastas estrada à baixo estrada à cima tipo Doutores.

Façam cursos / formações onde insiram estágios (longos) não remunerados no final dos mesmos para ver quantos continuam a querer "cursinhos" a médio prazo...façam e vejam o resultado, porque muitos querem é "aprender" e não querem TRABALHAR.

Respeitosos Cumprimentos a TODOS

Maria galhoz disse...

Quando o anónimo das 8:31 se referiu à idade dos 50 como inapropriada para a frequência de formações, visto estar a frequentar um curso e ultrapassar a bonita idade do meio século,não gostei de semelhante afirmação,se me conhece deve saber que eu nunca fugi ao trabalho,coisa que não se pode dizer de quem se esconde por detrás do anonimato para deitar achas para a fogueira.Dou-lhe um conselho dê a cara ,seja feliz e deixe os outros serem felizes.
Até já.

Anónimo disse...

Este programa foi, sem duvida, uma imagem triste e deprimente do que é Barrancos mas o mais grave é que corresponde, na integra, à realidade.
E de quem é a culpa? A resposta é simples, do culpado de sempre, o governo. é a resposta mais facil para os outros que tambem tem responsabilidades.
outra resposta incrivel é a da sra da rota do guadiana, que em 2001 diz que os cursos não são para coleccionar e, passados 10 anos, os mesmos formandos de 2001 afirmem que cada um já frequentou 3,4 ou 5 ou mais cursos. e menos mal que existem os cursos, que são o maior empregador (150 pessoas), mais que a camara (80pessoas).
Mas mais triste que tudo isto é, ver dia a dia, jovens e menos jovens a deixarem a nossa terra, por falta de oportunidades?!, e o que sera da nossa terra/concelho o dia que acabem os cursos, que será feito dessas 150 pessoas e de outras (com as familias são varias centenas), se calhar vão ser obrigadas a deixar a nossa terra?
O mais triste de tudo é o aparente/verdadeiro futuro de Barrancos.

Maria galhoz disse...

O 25 de Abril aconteceu para os que não tinham voz viessem a tê-la, e nós o que fizémos?
Adormecemos à sombra da bananeira e deixámos que novos poderes se instalassem e tomassem as decisões por nós.
Está na hora de acordámos,tomar posição na sociedade,não permitir que terceiros decidam por nós.
Nos jovens está o futuro,estudem adquiram cultura pois só assim terão capacidade de decidir por vós próprios, sem se deixarem influenciar pela muita banha da cobra que por aí abunda.
Sejam felizes.
Até já.

Anónimo disse...

Num dos post acima publicados o anónimo fala em números que não correspondem à realidade. Não há 150 pessoas a fazer formação em Barrancos. Nem metade disso! Por outro lado continua a ser a CMB a maior entidade empregadora do Concelho, o que não é o melhor indicador de desenvolvimento económico duma região, diga-se de passagem.
Contudo, seria importante fazer uma pequena reflexão sobre as oportunidades, ou falta delas, e perceber a que de deve a falta de emprego no nosso Concelho.
Diz –se que os jovens abandonam o Concelho por falta de oportunidades …mas será que não é assim em todo o interior do País ??
Que alternativas temos no interior? o que pode ser feito contra as medidas economicistas dos sucessivos Governos que levam ao encerramento dos serviços públicos como postos da GNR, correios, hospitais, escolas..etc….
Antes numa Terra como Barrancos havia pouca gente qualificada, o que facilitava a entrada imediata dos mais habilitados em qualquer serviço público…hoje isso não é bem assim. Primeiro porque temos muita gente formada (felizmente) que tem obrigatoriamente de desempenhar as suas funções longe de Barrancos, pois aqui não há hospitais, tribunais, policia e outros serviços públicos do género. Também não temos empresas de base tecnológica nem temos capacidade para acolher todos os licenciados que ano após ano se vão formando nas mais diferentes áreas. Por outro lado temos agricultura e pecuária…mas essas são actividades que os jovens (e os menos jovens) não procuram….
Por último dizer que a falta de oportunidades dos jovens depende sempre das expectativas desses mesmos jovens. Seria interessante perceber porque todos os concursos que a CMB tem lançado para atribuir lotes do novo Parque Empresarial tem ficado desertos….. será que a questão das acessibilidades não pesa (ou pesa em excesso para os eventuais investidores) ???
Quem é o culpado da desertificação de Barrancos e de todo o Alentejo ??

Anónimo disse...

Sr. Anónimo de 3 de Agosto de 2010 17:51, em parte concordo com o que o senhor diz, mas no ponto onde refere "Por outro lado temos agricultura e pecuária…mas essas são actividades que os jovens (e os menos jovens) não procuram…" não concordo em absoluto!!!

Está o senhor bem enganado nesse comentário, o que realmente acontece com a agricultura e não apenas em barrancos e sim por todo o pais é que é uma VERGONHA NACIONAL (E COMUNITÁRIA).

Antes pagavam e atribuiam subsidios para produzir, agora atribuem tambem para não produzir (com valores superiores ao da produção) daí que vejamos por exemplo no Alentejo os campos todos desertos sem semear cereal absolutamente nenhum. Igual acontece com outro tipo de subsidios que dão aos agricultores sem lhes pedir ou exigir nada em troca... não se admite pagar a um agricultor uma quantia anormal superior a 120.000,00€/ano (em contos são mais de 24 mil contos) durante o ano civil de 2009, sabendo que este não tem nem um único empregado a trabalhar consigo e que nem vai ter (sendo que por vezes conta com uma ajuda que recebe o subsidio de desemprego, ou seja anda a lesar o estado)... Assim é muito dificil que os jovens se consigam tornar agricultores, mesmo por muito gosto que tenham, a não ser que sejam herdeiros directos de grandes proprietários de terras, caso contrário nunca poderão ser agricultores, aliás hoje em dia como as coisas estão nem simples hortelãos...

agora como está tão espantado com estas afirmações, e como está a pensar que seja mentira ou boatos, veja com os seus proprios olhos no site do IFAP/Ministério da Agricultura:

http://www.ifap.min-agricultura.pt/portal/page/portal/ifap_publico/GC_pagamentos/GC_pagAnocivil

Utilize a grelha abaixo, seleccione o concelho de Barrancos e o ano que pretende consultar, depois surpreenda-se ou não... E ainda ha gente desta que tem "tacho" na Função Pública...