Desde uma perspectiva histórica e etnográfica a autora, Dulce Simões, analisa as transformações económicas, políticas e sociais do mundo rural e as suas repercussões nas práticas e expressões culturais da raia do Baixo Alentejo, partindo do cruzamento de fontes escritas e orais. Desde uma perspectiva crítica interroga os processos de patrimonialização e a criatividade social, a partir da análise de um conjunto de manifestações culturais que reforçam o sentido do comum e a utopia de uma sociedade mais justa.
Um livro com a chancela das edições Colibri, com alguma centralidade em Barrancos: dos grupos corais, o Cumbrenho, o Chicuelo e outros cantadores locais, passando pelas festas, músicas e o imaginário popular do ciclo festivo de Barrancos.
Entre os méritos deste livro, destaco a centralidade das vozes e das histórias de vida dos protagonistas das práticas expressivas e rituais em estudo e de outros agentes locais que desempenharam um papel central nos processos estudados. (…) Por outro lado, a perspetiva crítica adotada pela autora em torno do património e do processo de patrimonialização protagonizado pela UNESCO, pode ser lida como um convite para repensarmos o conceito do “património” enquanto modelo fixo a ser “preservado” assim como os usos do património no âmbito do regime neoliberal atual.
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