sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Encontro sobre o Declínio do Montado (Barrancos, 9 de maio) – foi encontro de sucesso

No encontro, que decorreu no auditório municipal de Barrancos, dia 9 de maio, segunda-feira, estiveram reunidos mais de 135 especialistas, investigadores, técnicos, empresários e proprietários agrícolas de quase todo o País, interessados em conhecer e encontrar uma solução para o problema que atinge o montado de sobro e azinho, cujo desaparecimento terá efeitos catastróficos a nível ecológico e socioeconómicos, ainda não calculados.
A mesa de abertura, presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, António Tereno, contou com a presença do Diretor do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo (ICNF/Alentejo), Pedro Rocha e o Diretor do Ponto Focal Nacional da Convenção da ONU de Combate à Desertificação, Lúcio do Rosário.
A jornada de trabalho, tendo como moderador, Nuno Lecoq (ICNF), começou cerca das 10h00 com as apresentações de estudos científicos e de investigação sobre a problemática.
No primeiro painel, Lúcio do Rosário e Sebastião da Maia (ICNF), fizeram a apresentação do estudo “A degradação das terras - o montado e o combate à desertificação", seguidos de Nuno Almeida Ribeiro, Cati Dinis e Constança Alves (Universidade de Évora), com os "Resultados do inventário nacional de mortalidade de azinheira na fotografia aérea digital 2004/2006 - Causas e fatores de declínio e mortalidade".
Depois da pausa para o café, os trabalhos continuaram com Ricardo Freixial (Universidade de Évora) nas "Boas práticas na gestão de paisagens e conservação de solos", e finalmente o Pedro Naves (INIAV) com "Pragas do montado de sobro e azinho".
No final de cada painel seguiu-se um período de debate com muitas intervenções do público, tendo sido suscitadas várias questões, entre as quais as relacionadas com as práticas culturais associadas às alfaias e as imposições regulamentares em matéria florestal, que necessitam de uma urgente revisão. Foi também levantada pelos participantes, quer pelo Presidente da CMB quer ainda por empresários agrícolas, a necessidade - “apontada como emergência” - de renovação do montado, com novas plantações, bem como de criação de uma linha de financiamento para esta fileira florestal.
Da parte da tarde, os trabalhos recomeçaram por volta das 16h00, sob a responsabilidade de Diogo Nascimento, da EDIA, que ao longo do caminho do Parque Natureza de Noudar – em quatro “estações” (paragens) até ao castelo de Noudar - foi fazendo uma demonstração in situ do resultado das práticas florestais da herdade da Coitadinha, desde 1997, tendo como objeto evidenciar os desafios da gestão do montado e da aplicação de boas práticas.
O encontro terminou no auditório do Monte da Coitadinha (PNN), eram cerca das 20h00, com a apresentação do "Inventário nacional de mortalidade de azinheira na fotografia aérea digital 2004/2006 - Causas e fatores de declínio e mortalidade", pelo professor Nuno Ribeiro de Almeida, da Universidade de Évora, que brevemente será disponibilizado em formato pdf no sítio eletrónico do ICNF, estando no prelo a edição em papel.
As conclusões do encontro, que serão elaboradas pelo moderador, Nuno Lecoq (ICNF), com o apoio da equipa da organização, serão divulgadas publicamente e enviadas às autoridades nacionais: Governo (ministro da Agricultura) e Assembleia da República, através da sua Comissão de Agricultura, que manifestou interesse no encontro, e à Comissão Europeia.
mesa da abertura
painéis da manhã
visita de campo pelo Parque Natureza de Noudar
visita ao castelo de Noudar
apresentação final (tarde) - auditório PNN
(Fotos: eB, 09-05-2016

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