No encontro, que decorreu
no auditório municipal de Barrancos, dia 9 de maio, segunda-feira, estiveram reunidos mais de 135 especialistas,
investigadores, técnicos, empresários e proprietários agrícolas de quase todo o
País, interessados em conhecer e encontrar uma solução para o problema que atinge
o montado de sobro e azinho, cujo desaparecimento terá efeitos catastróficos
a nível ecológico e socioeconómicos, ainda não calculados.
A mesa de abertura, presidida pelo Presidente da Câmara
Municipal de Barrancos, António Tereno, contou com a presença do Diretor do
Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo
(ICNF/Alentejo), Pedro Rocha e o Diretor do Ponto Focal Nacional da Convenção
da ONU de Combate à Desertificação, Lúcio do Rosário.
A jornada de trabalho,
tendo como moderador, Nuno Lecoq (ICNF), começou cerca das 10h00 com as apresentações
de estudos científicos e de investigação sobre a problemática.
No primeiro
painel, Lúcio do Rosário e Sebastião da Maia (ICNF), fizeram a apresentação do
estudo “A degradação das terras - o
montado e o combate à desertificação", seguidos de Nuno Almeida Ribeiro,
Cati Dinis e Constança Alves (Universidade de Évora), com os "Resultados do inventário nacional de
mortalidade de azinheira na fotografia aérea digital 2004/2006 - Causas e
fatores de declínio e mortalidade".
Depois da pausa para o café, os trabalhos continuaram com
Ricardo Freixial (Universidade de Évora) nas "Boas práticas na gestão de paisagens e conservação de solos",
e finalmente o Pedro Naves (INIAV) com "Pragas do montado de sobro e azinho".
No final de cada painel seguiu-se um período de debate
com muitas intervenções do público, tendo sido suscitadas várias questões,
entre as quais as relacionadas com as práticas culturais associadas às alfaias
e as imposições regulamentares em matéria florestal, que necessitam de uma
urgente revisão. Foi também levantada pelos participantes, quer pelo Presidente
da CMB quer ainda por empresários agrícolas, a necessidade - “apontada como emergência” - de renovação
do montado, com novas plantações, bem como de criação de uma linha de
financiamento para esta fileira florestal.
Da parte da tarde, os
trabalhos recomeçaram por volta das 16h00, sob a responsabilidade de Diogo Nascimento, da EDIA, que ao longo do caminho do Parque Natureza de Noudar – em
quatro “estações” (paragens) até ao castelo de Noudar - foi fazendo uma
demonstração in situ do resultado das
práticas florestais da herdade da Coitadinha, desde 1997, tendo como objeto
evidenciar os desafios da gestão do montado e da aplicação de boas práticas.
O encontro terminou no
auditório do Monte da Coitadinha (PNN), eram cerca das 20h00, com a
apresentação do "Inventário nacional
de mortalidade de azinheira na fotografia aérea digital 2004/2006 - Causas e
fatores de declínio e mortalidade", pelo professor Nuno Ribeiro de Almeida,
da Universidade de Évora, que brevemente será disponibilizado em formato pdf no sítio eletrónico do ICNF, estando
no prelo a edição em papel.
As conclusões do encontro,
que serão elaboradas pelo moderador, Nuno Lecoq (ICNF), com o apoio da equipa
da organização, serão divulgadas publicamente e enviadas às autoridades
nacionais: Governo (ministro da Agricultura) e Assembleia da República, através
da sua Comissão de Agricultura, que manifestou interesse no encontro, e à Comissão
Europeia.
mesa da abertura |
painéis da manhã |
visita de campo pelo Parque Natureza de Noudar |
visita ao castelo de Noudar |
apresentação final (tarde) - auditório PNN (Fotos: eB, 09-05-2016 |
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