quarta-feira, 2 de março de 2016

Movimento de cidadãos defende o Baixo-Alentejo

Outra vez regressa o "Baixo Alentejo"! Há uns anitos o baixo Alentejo "matou" a regionalização. Cá para mim, desde Barrancos, o BA não diz nada. Não me revejo nessa teoria da conspiração do BA vs Alentejo (médio ou alto). 
"Defesa dos interesses do Baixo Alentejo"!? Não se estará a pensar só em Beja?! O Alentejo, como região, não chega?
Fonte: Rádio Voz da Planície

3 comentários:

Dulce Simões disse...

Por razões históricas, geográficas e culturais o Baixo Alentejo diferencia-se do Alto Alentejo. Ao ser esquecido pelos governos centrais criou uma identidade cultural de resistência, particularmente acentuada na Margem Esquerda, a que Barrancos pertence. Não será por acaso que existe um permanente desencontro entre as políticas impostas "de cima" e as estratégias de sobrevivência "desde baixo". Não sei se soube da "consulta pública sobre como superar os obstáculos nas regiões fronteiriças", sobre os quais a União Europeia considera que "exigem alterações a nível legislativo e/ou administrativo. Por conseguinte, a Direção-Geral da Política Regional e Urbana (DG REGIO) da Comissão Europeia deseja analisar os obstáculos subsistentes e o modo como estes afetam as pessoas, organizações, empresas e entidades públicas nas regiões fronteiriças. Esta análise poderia, no futuro, ser utilizada para avaliar se a Comissão pode tomar outras medidas, por sua própria iniciativa ou em colaboração com as autoridades nacionais e regionais": http://ec.europa.eu/regional_policy/sources/consultation/overcoming-obstacles-border-regions/pdf/background_document_pt.pdf

Como antropóloga, considero que os "obstáculos" a que os poderes centrais e supraestais se referem, resultam do desconhecimento das realidades locais, nomeadamente de uma cultura de resistência, construída ao longo do processo histórico.

“Nestes territórios da margem esquerda estamos, ainda, no lugar onde a presença próxima da fronteira determinava que à agricultura se viesse juntar como forma de sobrevivência o comércio legal ou ilegal (…) Assim era em Serpa e em Ficalho, vias de penetração das estradas que vinham da Andaluzia. (…) E que dizer de Barrancos (…) metida como uma cunha apontada ao Andévalo, (…), onde os homens de origem espanhola coabitam com os de origem portuguesa (…) os alentejanos sem terra cultivaram a resistência para poderem sobreviver no meio de uma natureza hostil, aprenderam à sua custa a desconfiar de todas as «salvações» que de fora lhe quiseram trazer, descobriram a dignidade de quem sabe viver sem o auxílio dos poderosos, treinaram-se a poupar esforços inúteis” (Mattoso, Daveau e Belo, in Portugal. O sabor da terra. Baixo Alentejo, 1998, p. 35-36).

Um abraço,
Dulce Simões

IANTT disse...

jacinto ?los barranqueños no quieren pertenecer al bajo Alentejo?

Jacinto Saramago disse...

Jesus
Os Barranquenhos, em geral, na sei, mas eu pessoalmente não me revejo nesse "território". Se for para a frente a regionalização, o Alentejo deverá ser único.

saludos.