Sinopse
264 pequenas esculturas de madeira e
marfim, nenhuma maior que uma caixa de fósforos: o oleiro de Edmund de Waal
cruza-se com elas quando conhece a colecção em Tóquio, em casa do seu tio-avô
Iggie. Mais tarde, quando Edmund herda os netsuke, eles deixam-lhe ver uma
história muito maior do que a que ele poderia ter imaginado…
Os Ephrussi vieram de Odessa, e a certa altura eram os
maiores exportadores de cereais do mundo; em 1870, Charles Ephrussi fazia parte
de uma rica nova geração que se instalava em Paris. O poeta Jules Laforgue foi
seu secretário e Marcel Proust inspirou-se nele como modelo do esteta Swann de
Em Busca do tempo perdido. A paixão de Charles era o colecionismo, e os
netsuke, comprados quando os objetos japoneses faziam furor nos salões
parisienses, foram enviados como presente de casamento ao seu primo banqueiro
em Viena.
Mais tarde, três crianças - entre elas o jovem Ignace – brincaram
com a coleção num momento em que a História lhes caía em cima. O Anschluss e a
Segunda Guerra Mundial arrastaram os Ephrussi para o reino do esquecimento. O
que restou do seu vasto império foi quase só a coleção de netsuke, subtraídos
do gigantesco palácio vienense (na altura ocupado pelos teóricos hitlerianos da
questão judaica), um a um, no bolso de uma fiel criada, e escondidos depois no
seu colchão de palha.
Neste extraordinário livro de memórias, Edmund de Waal viaja
pelo mundo para olhar os magníficos edifícios que os seus antepassados
habitaram. E traça o percurso de uma família notável sobre o pano de fundo de
um século tumultuoso. E, numa escrita tão elegante e precisa como os próprios
netsuke, conta-nos a história de uma coleção única que passou de mão em mão e
que, num golpe do destino, encontrou o seu caminho de volta ao Japão.
Fonte: Biblioteca de Barrancos
Sem comentários:
Enviar um comentário