Está a decorrer até 7 de Outubro, a "Feria Internacional Ganadera de Zafra", conhecida em Barrancos, como Fêra de Zafra. Por estes dias barranquenho que se preze, dará um saltinho a Zafra, nem que seja para comprar um caramelo.
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Em Barrancos, conta-se, que há carros que só conhecem a estrada de Zafra... ou que só "saem para ir a Zafra". Exageros, é claro. Boa viagem,... a Zafra!
3 comentários:
Se há quem rume a Zafra, outros chegam a Barrancos. Foi o que fiz este fim-de-semana, acompanhado de familiares e amigos, revisitando paragens que percorro há mais de 25 anos.
Encontrei muitos sorrisos e caloroso acolhimento, como é natural nesta terra. Contudo algumas surpresas, boas e outras nem tanto.
O Museu estava encerrado na manhã de sábado, logo ficou por visitar.
Boa literatura sobre Barrancos no posto de turismo.
Nota muito positiva sobre o Monte da Coitadinha, que sempre conheci abandonado ou ainda em obras. Pessoal muito simpático e instalações acolhedoras, com profusa documentação sobre o património natural, embora faltassem os tais livros que adquiri em Barrancos. Para melhor distribuir o dinheiro pelos agentes da região, as refeições foram repartidas entre a EDIA e os cafés e restaurantes de Barrancos.
Contudo estranhei o seguinte: às gentes de Barrancos, perguntando se costumam visitar a Coitadinha e a zona do castelo, responderam-me que há muito que não vão lá e que a estrada é má (verifiquei que nem por isso).
Por sua vez, na Coitadinha soube que a maior parte do pessoal é exterior a Barrancos. Ao que parece, mesmo algum do pessoal de limpezas vem de fora, pois é requerida carta de condução. Será que em pleno século XXI, tal requisito é raro em Barrancos?
No castelo encontrei um guarda, cuja tarefa deve ser de enorme tédio. Porque razão falta “in situ” uma explicação sobre a história deste monumento, tal como podemos encontrar na torre da Herdade do Esporão? Não será possível definir tarefas para alguém que tem de passar longas horas num lugar ermo há espera que surjam visitantes? Que seja melhor documentado para contar um pouco mais do passado e presente daquilo que percorremos?
Ainda me recordo dos últimos casais de Chasco-preto (Oenanthe leucura) que nidificavam no local. Mas nem uma única referência a esta espécie do nosso valiosíssimo património natural.
Todo isto me faz reflectir e preocupar sobre os discursos relativos às supostas limitações em áreas de Rede Natura 2000 vs empreendimentos turísticos que (também supostamente) criarão postos de trabalho, estancando o despovoamento do interior. Barrancos tem Rede Natura e um empreendimento e não me parecem em conflito, mas talvez um pouco divorciados.
Mas para tal, as gentes locais terão de estar devidamente preparadas: para além da carta de condução, devem dominar uma ou duas línguas estrangeiras, ter conhecimentos de informática e iniciativa individual para produção de conteúdos informativos, de animação cultural ou de pesquisa de informação sobre o património construído e natural que as rodeia?
Será que estamos capazes de o conseguir ou continuaremos à espera que “alguém” venha resolver os nossos próprios problemas?
Caro joão Claro, um lapso (erro na abertura/leitura entre as dezenas de comentários recebidos naquele dia)provocou este hiato na publicação do comentário de 04/10/2009, cujas observaçoes são muito pertinentes.
Informo que, da parte que me toca, tudo faremos para melhorar o atendimento e a informação em Noudar.
Esperamos po si novamente, em Barrancos e em Noudar.
Cpts.
Jacinto Saramago
Caro Jacinto Saramago
Obrigado pela atenção. Com este singelo comentário apenas quis alertar para o risco que se corre por este Alentejo, caso se venham a concretizar os restantes projectos turísticos anunciados para a envolvente de Alqueva, de as populações locais pouco ou nada beneficiarem deles, ficando as mais-valias unicamente nas mãos dos grandes grupos empresariais e respectivos accionistas, quase sempre exteriores à região.
Como nota final, há minutos acabei de comovidamente ler o testemunho de Gentil Valadares em "Barrancos na encruzilhada da Guerra Civil de Espanha" (livro este cuja compra foi um das razões da minha recente visita a Barrancos), cujas palavras revelaram a grandeza humana da família do Tenente Seixas e do povo de Barrancos em feitos para mim quase desconhecidos.
Assim fica mais uma sugestão para sua a referência histórica no Monte da Coitadinha / Castelo de Noudar, pois para quem comigo (e foram bastantes os visitantes) partilhou estas paragens nesse fim-de-semana, esses acontecimentos que tanto enobrecem Barrancos certamente permanecem ainda desconhecidos.
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