Na zona de Barrancos, como em toda a raia fronteiriça, o contrabando para além de constituir um importante recurso económico foi um impulsionador da relações entre as populações dos dois lados da fronteira.
.
Para conhecer um pouco mais desta "actividade económica" e do processo de interacção social entre as populações raianas, aconselho a leitura dos livros cuja capa ilustram esta notícia. Para além de contribuírem para uma reflexão em torno das práticas e das representações sociais associadas ao contrabado, as duas publicações revelam-nos como esta actividade ilegal do passado é agora constantemente rememorada e verbalizada pelos seus protagonistas.
.Desta obra destaque para o estudo da Profª Dulce Simões sob o título "O contrabando em Barrancos: memórias de um tempo de guerra" (pág. 165-196)
.
A Rota Proibida vs Ruta Proibida, é uma edição bilingue da Associação Barranquenha para o Desenvolvimento (ABpD) e do Ayuntamiento de Encinasola, com a chancela da Colibri (Dezembro, 2006), que resultou dum estudo realizado no âmbito do programa transfronteiriço Interreg IIIA.
O livro, dedicado à "memória daqueles que do contrabando, fizereram modo de vida ..." pretende fazer um enquadramento das histórias e das memórias dos seus protagonistas, sem esquecer as relações sociais, vivências e práticas culturais decorrentes desta actividade ilegal que perdurou em Barrancos até praticamente o "desaperecimento" da fronteira por força da adesão à então CEE em 1986.
Sem comentários:
Enviar um comentário