A propósito das nossas tradicionais Festas, trago hoje
aqui o que se lia num edital de Agosto de 1872, relativo à vila de Barrancos,
onde a autoridade relembravam como devia decorrer o espetáculo, no caso as
corridas de touros:
"As nossas leis não permitem que os bois sejam corridos,
bandarilhados sem serem primeiramente embolados, nem consentem que esses pobres
animais sejam martirizados e mortos nas praças (…) e menos ainda deitar-lhes
cães de fila, cortarem-lhes os corrilhões e os rabos e lançarem-se sobre eles
ferozmente com punhais e navalhas (…) julgo do meu dever ordenar que os bois
que vão tourear -se na Praça desta vila nos dias 28 e 29 do corrente mês de
Agosto, sejam, primeiro, convenientemente embolados e não mortos barbaramente
na Praça, podendo ser abatidos sem escândalo e sem martírio fora dela.” (in J. Leite de Vasconcellos, Etnografia Portuguesa, Vol. IX.
Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1985, p. 548.)"
Excerto publicado em: Fernando Ampudia de Haro, O processo civilizacional da tourada: Guerreiros, cortesãos, profissionais e... bárbaros?,
IHC, 2019, p. 126.
Sabemos hoje, 149 anos depois, que nunca foi assim, os touros continuaram a ser mortos na arena da praça, até hoje!
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