A propósito do repto lançado pelo eB para uma reflexão sobre as Festas de Barrancos, aquando a entrada Comissão vs Associação e ao longo dos vários post (reportagens) sobre a Festa 2013, muitos têm sido os comentários recebidos (dezenas), que foram sendo publicados nas entradas respetivas.
Hoje, o eB inicia uma nova seção, na qual serão divulgados os contributos e/ou sugestões dos leitores, que ma parecem mais relevantes. Começo pelo comentário do Francisco, recebido no passado dia 4:
(...)
Boa Tarde a Todos/as.
Sou assíduo às festas de Barrancos desde que me conheço. Na realidade ao longo dos anos as queixas/desabafos são semelhantes a cada ano que passa.
As nossas festas pouco ou nada se têm adaptado ao passar dos anos continuando em contraciclo às mudanças de hábitos das gentes.
Não podemos justificar o repetido modelo das festas de Barrancos com o manter das tradições, estas podem e devem ser ajustadas às mutações da sociedade de forma a que as gentes continuem a viver as festas com agrado e identificando-se com elas.
Ainda há poucos dias o (JS) através deste blog da sua autoria, relata o espectáculo da animadora de dia 31 na praça, que pouco ou nada animou quem assistia dado o tipo de música interpretado.
Posso reforçar o ponto de vista do (JS) com algumas "sensações" que os espectáculos da praça me têm causado nos últimos anos. Na verdade denoto algum desinteresse na escolha/investimento por parte das distintas comissões no que se refere ao programa de animação nocturna na praça. Fico com a ideia que apenas os realizam porque tem de ser!. Ainda este ano, que a memória é recente, a qualidade da aparelhagem de som e luz contratada para os espectáculos da praça foi péssima e desajustada em potência ao recinto da praça, retirando algum brilho que os artistas que participaram podiam dar ao espectáculo. Alguns deles nem tiveram direito a uns míseros projectores de luz... por exemplo o Tony das Carreiras...
Poderei concordar que o espectáculo da praça não gera receitas (pelo menos da forma como exploram o recinto) mas tal não poderá ser desculpa para tamanho desinteresse.
Não poderia a Comissão de Festas instalar um bar móvel no recinto?
Pedir uma contribuição simbólica às pessoas que assistem aos Shows? ( não acredito que 1€ deixasse alguém mais pobre)
Não poderia a mesma comissão, dada a falta de cadeiras para sentar os mais idosos, instalar todas as noites uma plateia de cadeiras, para posteriormente vender a um valor simbólico?
É verdade que as festas obrigam a um investimento elevado e apenas alguns contribuem para que continuem a acontecer, mas é altura de dividir esse dever de contribuição por mais pessoas... para garantir a continuidade das festas.
As opiniões das pessoas não devem ser encaradas como ofensas ou criticas destrutivas. As comissões de festas são importantíssimas para a realização das Festas, mas precisam de ouvir as pessoas e não deixarem levar-se por "velhos do restelo", "pseudo organizadores de festas" e/ou outros que têm interesses directos na contratação de grupos musicais, toureiros, etc... Acredito que seja tempo de mudança! Agora resta-me saber se há vontade.
Em Barrancos há gente capaz para fazê-lo inteligentemente e ajudar as comissões de festas.
Deverão no entanto conseguir combater alguns dos preconceitos existentes, vícios, politiquices e quaisquer inemizades que possam existir.
Ao fim ao cabo as festas são de todos e para todos. Para os da terra e para os forasteiros.
Um abraço a todos. ass) Francisco
Sou assíduo às festas de Barrancos desde que me conheço. Na realidade ao longo dos anos as queixas/desabafos são semelhantes a cada ano que passa.
As nossas festas pouco ou nada se têm adaptado ao passar dos anos continuando em contraciclo às mudanças de hábitos das gentes.
Não podemos justificar o repetido modelo das festas de Barrancos com o manter das tradições, estas podem e devem ser ajustadas às mutações da sociedade de forma a que as gentes continuem a viver as festas com agrado e identificando-se com elas.
Ainda há poucos dias o (JS) através deste blog da sua autoria, relata o espectáculo da animadora de dia 31 na praça, que pouco ou nada animou quem assistia dado o tipo de música interpretado.
Posso reforçar o ponto de vista do (JS) com algumas "sensações" que os espectáculos da praça me têm causado nos últimos anos. Na verdade denoto algum desinteresse na escolha/investimento por parte das distintas comissões no que se refere ao programa de animação nocturna na praça. Fico com a ideia que apenas os realizam porque tem de ser!. Ainda este ano, que a memória é recente, a qualidade da aparelhagem de som e luz contratada para os espectáculos da praça foi péssima e desajustada em potência ao recinto da praça, retirando algum brilho que os artistas que participaram podiam dar ao espectáculo. Alguns deles nem tiveram direito a uns míseros projectores de luz... por exemplo o Tony das Carreiras...
Poderei concordar que o espectáculo da praça não gera receitas (pelo menos da forma como exploram o recinto) mas tal não poderá ser desculpa para tamanho desinteresse.
Não poderia a Comissão de Festas instalar um bar móvel no recinto?
Pedir uma contribuição simbólica às pessoas que assistem aos Shows? ( não acredito que 1€ deixasse alguém mais pobre)
Não poderia a mesma comissão, dada a falta de cadeiras para sentar os mais idosos, instalar todas as noites uma plateia de cadeiras, para posteriormente vender a um valor simbólico?
É verdade que as festas obrigam a um investimento elevado e apenas alguns contribuem para que continuem a acontecer, mas é altura de dividir esse dever de contribuição por mais pessoas... para garantir a continuidade das festas.
As opiniões das pessoas não devem ser encaradas como ofensas ou criticas destrutivas. As comissões de festas são importantíssimas para a realização das Festas, mas precisam de ouvir as pessoas e não deixarem levar-se por "velhos do restelo", "pseudo organizadores de festas" e/ou outros que têm interesses directos na contratação de grupos musicais, toureiros, etc... Acredito que seja tempo de mudança! Agora resta-me saber se há vontade.
Em Barrancos há gente capaz para fazê-lo inteligentemente e ajudar as comissões de festas.
Deverão no entanto conseguir combater alguns dos preconceitos existentes, vícios, politiquices e quaisquer inemizades que possam existir.
Ao fim ao cabo as festas são de todos e para todos. Para os da terra e para os forasteiros.
Um abraço a todos. ass) Francisco
4 comentários:
I Parte
Olá Jacinto
Mais uma vez parabéns pelo excelente trabalho efetuado neste seu Blog.
Este meu comentário vem em consequência dos vários contributos/comentários já colocados no Estado de Barrancos.
Não irei criticar o que de pior se possa ter passado em Barrancos durante a última Fêra e possivelmente as anteriores. Também não irei dar soluções pois julgo não ser competente para tal.
Apenas vou refletir.
Sou filho de Barranquenhos. Neto de Barranquenhos (exceto o meu avô materno que era Andaluz). Por isto já irei ser criticado pois não sou da Terra, não tenho o espírito da Fêra. Que seja.
Os meus pais foram e são dois de muitas centenas de Barranquenhos que tiveram de migrar para a periferia de Lisboa nos anos 70. Coube-me em sorte (ou não) nascer em Lisboa.
Desde que nasci, em 1974, apenas uma vez, em 1995 (se não me falha a memória), não pude ir à Fêra, por motivos profissionais.
Assim, desde muito jovem, que vivo a Fêra como qualquer um que resida, ou não, em Barrancos e tenho algumas recordações muito boas e que em cada ano que passa mais saudades tenho desses tempos.
Toda a gente se divertia na mesma. Com menos oferta em termos de “copofonia” mas divertíamo-nos e muito.
Há vinte anos atrás, mais coisa menos coisa, ainda se pagava no Baile. Que saudades. E sabe porquê? Porque valia a pena. Valia a pena ficar à porta do Quintalão à espera que os meus pais saíssem para me darem o bilhete, porque naquela altura a vida de adolescente já não era fácil. E que bom era ter mesa reservada (que tinha de ser reservada vários dias antes da Fêra porque senão esgotavam). E que bom era poder “jantar” uns frangos assados no Quintalão antes ou durante o Baile. Que bom que era. E agora? Onde param esses pais de 40/50 anos? Onde? Não os vejo. Certamente não estarão com os filhos adolescentes e pré-adolescentes pois esses estão todos no 1º piso da Forja ou na Praça durante a madrugada a incomodar quem lá mora (felizmente poucos).
No outro dia, junto a um dos bares de Barrancos, discuti com alguém que conheço há muitos anos, sobre o suposto fracasso do Nolasco. Dizia-me esse meu amigo que a culpa era dos Barranquenhos porque não apoiavam a festa e que passavam a Fêra nos bares a dar dinheiro “aos horríveis capitalistas”(palavras minhas). Porquê? Acham que se valesse a pena pagar para ir ver o concerto (coisa que eu duvido) as pessoas não iriam? Pelo menos nos últimos anos têm tido casa cheia e a pagar. Erro de casting.
II Parte
Uma sugestão à nova Associação “Comissão de Festas”: Porque não aproveitar os contactos já estabelecidos com os “Azeitonas” (com a campanha da Caetana) para os convidar a atuar no Quintalão?
Uma das coisas que me faz muita confusão é o recurso sistemático ao mesmo empresário de Rádio, TV, Disco e K7 Pirata para “contratação” dos artistas que atuam nas Festas. Não é que tenha alguma coisa contra a pessoa (por acaso até tenho), mas faz-me muita confusão. Laxismo? Favorecimento? Incapacidade da Comissão de Festas? Não Sei.
O que sei é que, por exemplo, durante a última Expo-Barrancos, um conhecido meu, fornecedor de artigos pirotécnicos abordou alguns membros da Associação “Comissão de Festas” com o objetivo de obter informações sobre tipo de material necessário e preços pagos anteriormente pelos foguetes e fogo-de-artifício, para, numa atitude puramente comercial, pudesse ser ele a fornecer o dito material a preços mais económicos. A resposta da Associação “Comissão de Festas” foi de total desconhecimento dos preços a até do fornecedor. Má gestão? Laxismo? Incompetência? Não sei.
Mas a responsabilidade não pode ser só atribuída à(s) Comissão(ões) de Festa. Os Órgaõs oficiais também têm aqui uma grande responsabilidade.
E não é preciso muito. Bastará, talvez, homenagear os que, no passado e no presente, tudo fizeram para que as Festas continuem.
O que não pode fazer é homenagear, como fez na Fêra de 2011, se não me engano, alguém como o Pedro “Moita” (neste caso nada tenho contra a pessoa), no meio da Praça, como se alguma vez essa pessoa tivesse feito alguma coisa pelas Festas de Barrancos. Se o fez foi depois, na Expo, quando contratou não sei quantos recortadores não sei de onde e … upsss não havia dinheiro. Fica uma pergunta: Têm visto o Pedro “Moita” por Barrancos nas últimas duas Fêras? Nem eu.
Quanto às noites de Fêra. Já foram diferentes. Já. Já houve anos em que só havia a Talisca e a Parra. Hoje em dia há a Forja e o Top. Já fecharam às 6 da manhã. Hoje fecham às 4. O Baile já se pagou. Hoje não se paga (exceto quando há cantores flop). As Sociedades já estiveram abertas a noite inteira. Hoje não. Já se comeu uma bela açorda no Tio Cantare (que saudades). Hoje não. É assim. As coisas mudam. E espero que mudem para melhor.
Muito mais haveria para dizer mas termino com um desabafo:
Com o que tenho visto nos últimos tempos em relação à juventude de Barrancos, infelizmente, cada vez será mais difícil organizar uma Fêra. Esperemos que não.
Abraço
Concordo com o sr João Martins!!tem todo o meu apoio..espero que o seu comentário sirva para mudar a mentalidade de muitas pessoas nesta terra...
Boa Tarde a Todos/as,
O comentário do João Martins, foi de certa forma elucidativo da má/pouca preparação dos Festeiros que assumem a responsabilidade de organização das nossas festas.
Poderia desculpar essa falta de preparação de uma maneira cordial e amistosa afirmando apenas que "são Jovens", "Se eles não aceitassem não haveria quem fizesse a festa", etc...
Mas vou optar por um registo mais austero, não rude, apreciar o que se tem feito nos últimos anos.
Aceitar ser festeiro tem de ser assumir as responsabilidades inerentes ao compromisso aceite.
Tem de haver um orçamento onde fique clara qual a previsão de gastos e de ingressos.
Deverá haver alguém preparado para fazer uma gestão rigorosa dos fundos existentes e o controle regular da conta de exploração/orçamento previsto para as festas.
Deverão planificar o programa que pretendem apresentar em Agosto com 12 meses de antecedência, bem como todas as actividades que terão de ser executadas previamente para que as coisas aconteçam como o planeado.
Deverá existir uma calendarização de todas essas tarefas/actividades.
Logicamente que a comissão deverá reunir regularmente para analisar a evolução do plano.
De acordo com o plano inicialmente aprovado deverão ser contactados todos os fornecedores/parceiros para apresentação das propostas de fornecimento. Estas deverão ser analisadas, negociadas e adjudicadas... sempre tendo em atenção o seguinte:
qualidade X Preço
Assim saberão com a antecedência devida quais os custos que o programa das festas terá.
Apurados os custos, é altura de pensar quais as formas, para além das já habituais, que permitirão gerar receitas previamente e assim "aliviar" a pressão dos compromissos assumidos com os fornecedores.
Estes são apenas alguns tópicos para a gestão/organização das festas. Parecem óbvios... e de tão óbvios que são acabam por ser descurados.
Impressiona-me o facto das festas raramente gerarem receitas que transitem de ano para ano...
Sei que tem havido algumas comissões que no final das festas atribuem algumas verbas às associações locais, mas mesmo assim não estou convencido.
As festas não podem ser realizadas tendo por base a expressão "chapa ganha chapa gasta", este evento anual para além de dinamizar o comercio local deverá gerar receitas suficientes para compensar devidamente as associações locais e para deixar fundo de maneio suficiente para as comissões de festas entrantes.
As comissões deverão entender que para além de oferecer entretenimento por 4 dias uma existe aqui uma responsabilidade social. A vila de Barrancos depende de certa forma da realização destas festas.
Ao assumir o compromisso de organizar as festas deverá haver o compromisso de angariar fundos que contribuam para o desenvolvimento local.
Acredito que será um orgulho ao final das festas conseguir apurar, por exemplo 10.000€, sabendo que esse montante poderá contribuir para a nossa terra. Mais ainda quando se assume o compromisso de gratuitamente organizar e realizar as festas.
Tudo é possível, depende da forma como assumimos as coisas. O que realmente nos move para aceitar o desafio.
Acredito que os festeiros tenham boas intenções, mas não chega! Necessitam-se atitudes e vontade para fazer as coisas de forma diferentes.
Basta quererem...
Há quem os queira ajudar de uma forma desinteressada, pessoas que apenas querem que as nossas festas voltem a ganhar o brilho de outrora.
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