Ocupando uma plataforma xistosa situada entre as ribeiras do Ardila e do Múrtega, a vila de Noudar é definida por um recinto amuralhado com aproximadamente 12000 metros quadrados de área. Assente na coroa rochosa situada a 275 metros acima do nível do mar, quinhentos metros de perímetro delimitam este castelo com um pano de muralha com quase sete metros de altura média.
Com uma ocupação humana desde, pelo menos, o Calcolítico Antigo, parece-nos existirem duas justificações que marcam a longa continuidade de povoamento deste arqueosítio.
Uma primeira, ligada à exploração das potencialidades mineralíferas da região de gado, valorizada pela existência de duas linhas de água de importantes recursos, como são o Ardila e o Múrtega, que terminará à volta do século XI/XII, com a construção de uma estrutura militar islâmica.
Uma Segunda justificação, que terá a sua génese no reinado de D. Dinis em finais do século XIII, parece-nos relacionada com a demarcação da fronteira entre Portugal e o seu reino vizinho.
É neste contexto histórico-arqueológico que Noudar se mantém habitada até meados do século XVIII, altura em que é definitivamente abandonada. Ali ficaram as estruturas arqueológicas de uma fortaleza militar que se vê votada ao esquecimento durante mais centena de anos, só recebendo na década de oitenta as merecidas obras de restauro da sua muralha e do espaço infra-muralhas.
Castelo de Noudar
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Desses vestígios, e para além dos cerca de 12000 metros quadrados de área amuralhada, registe-se a imponência da Torre de Menagem do castelo, a igreja de Nossa Senhora do Desterro, também chamada de Entre-Ambas-As-Águas, algumas habitações do século XVIII e um conjunto importante de infra-estruturas de apoio às populações da vila: cisternas, poços, e fornos de pão.
Vista da Torre de Menagem e Capela de Nª Srª de Entre-as-Águas
Hoje, Noudar é o grande ex-líbris do município de Barrancos, semi-abandonado, de 168 quilómetros quadrados de azinheiras, aqui e ali pontilhada com imponentes "fincas" resquício do sistema económico agrário que marcou a região até ao último quartel do século passado.
14 comentários:
Aí, Aí estão as minhas raízes maternas, nessas pedras andaram os meus ancestrais maternos e até os mais chegados, por isso sempre que observo NOUDAR sinto que um pouco de mim aí pertence e nunca esquecerei isso.
Sinto até um pouco doentia esta minha simpatia, mas como o gosto é gosto nada faço para rectificar isso.
Que seja sempre o meu ninho e o regalo dos meu olhos
Existiendo muchas referencias sobre Noudar, hace pocos dias lei en un blogspot portugues sobre la guerra da restauracao una mencion curiosa sobre Noudar en un articulo sobre espionagen en esa guerra,por donde entro y salio un espia.
http://guerradarestauracao.wordpress.com/
"Inácio de Herrera, castelhano, que mandei a Sevilha, chegou aqui hoje havendo entrado por Noudar e ido por Mértola, e declara o que Vossa Majestade, sendo servido, poderá mandar ver do papel incluso. Outras espias hei metido para Badajoz, mas não hão vindo. Esta me parece pessoa de inteligência, e se Vossa Majestade for servido de que passe a Madrid o fará. E mandando Vossa Majestade que vá a alguma coisa particular, ou que faça outra diligência, lha encarregarei. E até aviso de Vossa Majestade o farei entreter em Estremoz, por não andar aqui onde possa ser conhecido. (…) Elvas, em 19 de Julho de 1644.
Por “coisa particular” pode entender-se algum negócio privado do monarca melómano, que mesmo em tempo de guerra conseguia obter do reino vizinho as obras e partituras com que enriquecia a sua notável colecção dedicada à música. E quanto ao relatório:
Inácio de Herrera diz que chegou a Sevilha a 4 deste [mês de Julho] e esteve 3 dias e passou a Écija, onde esteve um dia, e dali passou a Córdova, e esteve dia e meio. E dali se partiu e veio a Noudar, por onde entrou neste Reino.
Obrigado IANTT! Muito interessante o texto. Vou tentar saber mais sobre o relatado.
Cpts.
Jacinto Saramago
Um sitio espectacular, mas já merecia um acesso melhorado... parte-se o carro todo para lá chegar e ainda mais agora com a época das chuvas...
Acredito que com um bom acesso o numero de visitantes (mesmo os locais no passeio de fds) aumentava bastante!
En el verano del año pasado 2009, se publico el numero cero de la revista NOUDAR.La revista trata temas monográficos relacionados con la cultura extremeña y portuguesa. Se trata de una revista transfronteriza que parte de lo pequeño, profundizando en ello.
http://www.extremaduraaldia.com/ocio-y-cultura/sale-a-la-venta-el-numero-0-de-la-nueva-revista-noudar/83819.html
y tiene un blogspot http://revistanoudar.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00%3A00%3A00%2B01%3A00&updated-max=2010-01-01T00%3A00%3A00%2B01%3A00&max-results=10
Entre otras referencias del Castelo de Noudar, como cosa curiosa quiero comentar algo referido a una leyenda:
A lenda da serpente de Noudar:
Entre as histórias que se registram localmente, de destacar a da serpente, onde se conta que, no interior do castelo habita uma serpente adornada por um monho (penteado característico de senhoras idosas) de trança na cabeça. Esta serpente, que seria uma princesa moura encantada, sairia apenas durante a noite.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mouras_encantadas
Saludos.
Caro IANTT. A lenda da Serpente com cabelos louros já foi aqui retratada: http://estadodebarrancos.blogspot.com/search?q=lenda+noudar
Cpts.
Jacinto Saramago
D.Jacinto. Efectivamente veo que publicó esta leyenda en Septiembre 2008. Yo soy un seguidor de Barrancos y su blogst recientemente, desconocia tal publicacion. Disculpe.
Por ultimo veo una curiosa referencia relativa a que el Castelo estuvo ocupado por los españoles:
"A Vila e o seu castelo mantiveram-se ocupadas por tropas espanholas depois Guerra da Restauração da independência portuguesa, até 1707, sendo a sua restituição à coroa portuguesa firmada no, Tratado de Utrecht, em 6 de Fevereiro de 1715."
http://www.guiadacidade.pt/portugal/?G=monumentos.ver&artid=13939&distritoid=02
Caro IANTT.
Como reparou o post sobre o Castelo de Noudar limita-se apenas a fazer o seu enquadramento geral (localização/situação geográfica). Brevemente publicarei um resumo histórico de Noudar, que estou a preparar com o apoio de uma colega de trabalho da área de História.
Cpts.
Jacinto Saramago
Ola IANTT, interessante a revista "Noudar", que desconhecia. Já agora, porquê este nome?
Como poderia receber um exemplar da colecção completa, para a Biblioteca de Barrancos?
Cpts.
Jacinto Saramago
Relembro também,o magnífico trabalho,feito pelo militar Adelino de Matos Coelho e editado pela Câmara de Barrancos em 1986"O Castelo de Noudar fortaleza medieval".
É de facto,um trabalho aturado,no sentido de obter documentação e dados que nos levem a conhecer a história de um Castelo esquecido na História.Um monumento militar que teve papel importante na História de Portugal nomeadamente nas lutas fronteiriças...
Esta foi parte da conclusão do autor,julgo,que terá sido um dos primeiros investigadores historico-militar,sobre Noudar.
O visitante IANTT,forneceu-nos informação muito pertinente, a qual levou-me,a consultar as páginas que refere e reforçaram de verdade, alguns conhecimentos elementares que possuía sobre as raízes de Barrancos.
E aqui refiro o interesse de Espanha,sobre esta temática aprofundando o estudo da história regional.Onde NOUDAR é motivo para a publicação de uma revista cultural transfronteiriça.
E aqui transcrevo,os versos barranquenhos,que o autor fez questão de publicar no livro.
Castelo de Noudar
Castelo de Noudar
Tu és nosso encanto
O Rei D.Dinis
Foi assim que quis
Coroar Barrancos
Coroar Barrancos
Qu´é a nossa terra
De mato cercado
Estás situado
No alto da serra
No alto da serra
E ninguém te ganha
Sózinho e isolado
Sem ser habitado
Olhando p´ra Espanha
Fora do tema,não poderia de referir,a interpretação soberba que o Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos,dava a esta moda.E aqui apelo a Barrancos,que um Grupo Coral surja,pondo de parte todas as quezílias,que foram o motivo da sua desativação.
E a juventude Barranquenha tem uma palavra a dizer!
Tói Guerreiro
Acabei de ver o Blog Estado de Barrancos, bem como os comentários feitos. Por coincidência, tinha acabado de publicar no meu blog (charcofrio.blogspot.com) uma mensagem sobre o Castelo de Noudar, com informação tirada do livro a que o Tói Guerreiro faz referência. Agradeço também a informação dada por IANTT e vou já pesquisar nos sites indicados.
Cordiais Saudações
Antónia Guerreiro
D.Jacinto El Director de la revista Noudar es D.Jose Luis Fernandez,que al parecer reside en Oliva de la Frontera.
Hasta ahora solo se ha publicado el numero cero y espero que próximamente podamos ver el numero 1.La calidad de la publicacion es excelente. Posiblemente ya no pueda encontrarla a la venta en Badajoz )que es donde resido habitualmente)pero no obstante me comprometo en hacerle seguir personalmente y gratis este numero cero y mantenerle informado de la siguiente publicacion. Si no la puedo encontrar le fotocopio la mia y se la haré seguir proximamente, si bien dado que la tengo en Fregenal de la Sierra se la haria seguir en mi proxima visita dentro de una semana.
Le hago seguir un comentario de prensa donde se indica el motivo del origen de este nombre.
Este número cuenta con artículos de los expertos Eusebio Medina, Gabriel Magalhães y Juan Carrasco, además de contar con la colaboración del dramaturgo Miguel Murillo y el director teatral Joao Mota que conversan sobre las posibilidades de la frontera.
La publicación, que pretende ser trimestral y que cuesta 3 euros como oferta especial de lanzamiento, ha sido presentada a de prensa por su director y redactor jefe, José Luis Fernández y Miguel Méndez, respectivamente.
Fernández ha explicado que el nombre de la revista está inspirado en el Castillo de Noudar ubicado en Barrancos y cercano a la localidad pacense de Oliva de la Frontera donde reside y en el que vivió una agradable experiencia con un portugués que compartió amablemente su almuerzo con él.
Ha indicado que en esta localidad extremeña comenzó a rodar un documental sobre las vivencias de las personas mayores de su pueblo que, con el tiempo y gracias a su trabajo en una revista de Teruel sobre turismo sostenible, se ha convertido en esta revista de "perspectiva diferente y conciliadora".
Así, el director de Noudar ha destacado secciones de la revista como "A la lumbre" que cuenta o transcribe cuentos, canciones o poesías antiguas y "Uma bica com?" en la que comparten una taza pequeña de café solo típicamente portuguesa con personajes relevantes, en este caso con la escritora e investigadora Dulce Simões.
También ha querido resaltar la sección "La palabra huérfana" en la que recuperarán palabras del léxico rayano que se están perdiendo como "espallafato" que aunque de origen luso en Extremadura significa "alboroto, jaleo, estruendo, estrépito".
Por su parte, Miguel Méndez ha considerado que se trata de una revista "que había que hacer" y que exige un gran trabajo "personal y humano" debido, en parte, al gran número de colaboraciones desinteresadas con el que cuentan pero que son muy importantes al ser "pesos pesados" en el mundo cultural rayano.
El próximo número de Noudar, que probablemente verá la luz en el mes de octubre, estará dedicado a los toros y a la polémica abierta en España y en Barrancos sobre dar muerte a los miuras en el coso.
D.Jacinto:
Tal como he comentado en una entrada anterior de este bloogst, finalmente no he podido hacerme de un ejemplar del numero "cero" de la Revista Noudar para poderselo enviar. Desconozco cuando se publicará el numero 1 pero estoy atento para cuando se publique e informarle.
He copiado el numero cero de la revista (74 páginas) y escaneado ,y puedo enviarselo gustosamente si me facilita una direccion de correo electronico (email)ocupa una vez reducido 11,5 Mg
Saludos
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