Festas de Barrancos 2009: 3º Dia

7h50 - 24º C e céu limpo, sem vento. Na praça e na rua da Igreja, continua a espera do touros. Os cabrestos passam.

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8h04 - 9h30 - O foguete anuncia a largada do primeiro touro, que um minuto depois sobe a rua como um relâmpago, sem se importar muito com aqueles (muitos) que o chamam das grades, das portas ou mesmo no meio da calçada. Já na praça num descuido, junto à torneira (burladero) da Sociedade dos Ricos, o A. fica sem uma perna da calça, que é rasgada. Nada grave, apenas um susto para o público e, em especial, para a Au. que fica aflita.

Do segundo touro nenhum incidente a registar. Sobe rapidamente a rua, sem olhar para os lados. Às nove e meia já os dois touros estavam no encerro. Hoje os touros, bonitos, têm menos peso. Não passam dos 450 Kg. São touros para a nossa praça...

A temperatura continua a subir, no ar e nos corpos dalguns que ainda não foram dormir...

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10h00-17h00 - Neste lapso de tempo há que retemperar forças para uma nova estapa: uns vão dormir um pouco, que a noite e manhã já vai longa; outros (outras!) vão preparar o almoço e, de caminho o jantar, caso não restem sobras de ontem; outros, ainda, vão ao talho espreitar se há carne de touro, que sempre sabe bem com tomate e que desde as sete da manhã está a ser vendida... outros, ... outros...

Nos bares, cafés e restaurantes cheira a carne de touro com tomate, que todos pedem, e nalguns sitios esgota rapidamente. Como alternativa, uma salada de polvo (ver foto), pescado ao largo da baía de Cascais, também sabe muito bem, regado com bom vinho ou cerveja...

Pelo meio, praticamente em todos os sítios públicos onde se juntam dois ou três barranquenhos e amigos, uma espanholada ou uma alentejanada, também acompanha o petisco...

Na foto um acórdeão tocado por um grande mestre (da Pirogravura), acompanhado por outro mestre do cante barranquenho (Chicuelo), e por meia dúzia de amadores, que não destoaram muito.

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Na praça, com 35ºC ao Sol, apesar d'algumas nuvens, começa a juntar-se gente para apanhar lugar no tabuão...

Os touros, nos curros, começam a ficar impacientes...

18h00 - 20h30: Às seis da tarde, já a praça estava cheia. Na arena, uma ambulância nova dos Bombeiros Voluntários de Barrancos, que fizeram um peditório à volta dos tabuados. A Banda entra a tocar, por volta das seis e meia. Os festeiros (Comissão de Festas) na cobrança do tabuão. Pouco depois entra a quadrilha de toureiros. A Comissão velha e a Comissão nova, que recebe o testemunho, "dão o passeilho".

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Na praça continua muita gente e nas torneiras (burladeros) cabem todos, menos os toureiros. Alguns assobios envergonham um ou outro aficionado, que procuram nova guarida.

A corrida começa. O primeiro touro, para o matador Luís Reinoso, cedo dá mostras de mansarrão. O matador, com medo, também não puxa pelo animal. O público, desde o primeiro ao último "tércio", assobia. O toureiro tenta alguns passes, o touro não ajuda. O público assobia e canta "Manolete,.. si nos sabes torear... pa que te metes...". No tabuão da música reparo nos rostos de desespero dos Festeiros! À segunda, a estocada final termina com uma faena para esquecer.

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O segundo touro prometia. Ao matador, não faltou garra, vontade e maestria. Bonitos pares de bandarilhas. Bonita faena e ainda melhor estocada. O público vingou-se. Palmas e olés não faltaram desde o início da faena... A Banda parecia que tocava com mais força! Os tabuados quase vinham abaixo de tantas palmas! A Comissão de Festas estava feliz. Estava ganha a tarde. O público pedia o rabo. Mas, o director da corrida, Sr. Farinha, na minha opinião justamente, "só deu orelhas". As duas. O matador, no meio da multidão que enchia a arena deu a volta à praça, recebeu flores (um ramo de rosas  da Xica P.)  e saiu ao ombro. Nos tabuados e no chão, mais palmas. O calor, continua. 41º C às seis da tarde. Mas o calor também faz a festa...

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22h00 - 23h30: Depois do jantar, tudo de rgresso à praça. Para quem mora no baldio, no bairro dos espanhóis e arredores, toma-se o café pelo caminho. O Tio Cantaré (é a minha opção - ver foto), na Pastelaria Aventura ou no Carlos "Morenhos", são alternativas, mas "estão cheias". No Tio Currito, paragem obrigatória para o milho torrado, a água fesca, uma pastilha e um dedo de conversa com a Isabel ou o tio António, de 93 anos, (homem mais velho de Barrancos) mas de uma lucidez de fazer a inveja a gente de 40...

Foto: Café Cantaré, Barrancos

Foto: Logotipo "Café Currito", Barrancos

No recinto da praça, já  “Suenam Fandangos de Huelva”, que pouco animam o público. O "cante ondo", as bolerias, o fandango, é uma arte e um estilo que não agrada muito em Barrancos. Às onze horas da noite, meia-hora depois de começar, já muitos suspiravam pelo fim... Apesar de tudo, o recinto da praça continuava cheio, menos gente que ontem, mas cheio!

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24h00: O baile ainda não começou, mas o Quintalão já está composto. A Orquestra espanhola "SOS – Suroeste Orquesta Show", começa a tocar por volta das meia-noite e meia. Os primeiros passo-dobles e valsas, enchem a pista de baile, que dura até de manhã.