A Refinaria de Balboa, localizada na Extremadura, no extremo Noroeste do município de Los Santos de Maimona, na província de Badajoz, em Espanha, implantada numa área de 199,7 ha, está projectada para processar 110 000 barris diários de uma mistura de crudes e permitirá satisfazer parte da procura em Espanha de produtos refinados, actualmente importados, especialmente gasolina, querosene e, em menor medida, coque de petróleo.
A Refinaria dista cerca de 50 km de Barrancos e pouco mais de outros pontos da fronteira com Portugal. A descarga do efluente líquido industrial é feita para uma linha de água afluente da margem esquerda do rio Guadiana, junto a Aceuchal, a cerca de 75 km da secção do Caia (fronteira e início da albufeira de Alqueva).
Conclusão do EIA:
Em conclusão o projecto da Refinaria de Balboa, com a configuração que foi objecto de análise, é susceptível de provocar impactes negativos em território português, em particular sobre a qualidade das massas de água, designadamente a albufeira de Alqueva e o trecho do rio Guadiana a jusante.
Assim, para evitar os impactes transfronteiriços referidos, o projecto deverá ser reformulado de forma a assegurar:
- a adoptação de sistemas de tratamento avançados que eliminem ou reduzam
significativamente as cargas totais dos poluentes, designadamente dos poluentes prioritários e dos que determinam o aumento da salinidade das águas, e
ii) a alteração da solução de descarga dos efluentes industriais:
a) para fora da bacia hidrográfica do Guadiana ou, no caso de tal opção não ser viável,
b) descarga dos efluentes industriais na massa de água que constitui a origem de água da Refinaria.
As medidas de minimização que é necessário adoptar deverão ter em conta também os aspectos relativamente aos quais subsistem lacunas de informação, nomeadamente no que se refere à análise de risco e à análise de impactes transfronteiriços sobre a sócio-economia.
Extracto da Avaliação de Impacto Ambiental (EIA) que pode ser consultado em: www.apambiente.pt/Destaques/Paginas/Avaliação.aspx
1 comentário:
Esperamos, que os espanhóis não façam "ouvidos de mercador" à reformulação do EIA,como habitualmente.No que diz respeito ao tratamento e à gestão dos recursos hídricos.
E nós em Barrancos,temos sido fustigados, variádas vezes pela negligência das fábricas de transformação de carnes espanholas,no que respeita ao tratamento das águas residuais da própria laboração.
Lembro-me,que por tal atitude a população de Barrancos, ficou condicionada ao consumo de água doméstica pela sua qualidade.
Neste momento desconheço a legislação espanhola no que respeita a este assunto problemático,mas até então as leis eram bastante permissivas.
Esperamos que os governantes espanhóis dêem melhor atenção às condições ambientais,de forma que o desenvolvimento de Espanha,não interfira com o desenvolvimento sustentado, nem com a saúde das povoações raianas.
Tói Guerreiro
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