Florbela Espanca, nascida Flor Bela Lobo, (Vila Viçosa, 8 de dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de dezembro de 1930) foi uma poetisa portuguesa, precursora do movimento feminista em Portugal, teve uma vida tumultuada, inquieta, transformando os seus sofrimentos íntimos em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.
Para mais informação consultar a Biblioteca de Barrancos.
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Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
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É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
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É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
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E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
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Ass) Florbela Espanca
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Ass) Florbela Espanca
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