terça-feira, 28 de abril de 2009

A escolaridade alargada até ao 12º ano

Foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que alarga a escolaridade obrigatória para 12 anos e a idade de frequência de instituições de ensino ou formação até aos 18 anos.
Esta mesma proposta de lei consagra igualmente a universalidade e gratuitidade da educação pré-escolar para crianças com 5 anos de idade.
Prevê-se que a obrigatoriedade se aplique aos alunos que, no próximo ano lectivo, ingressem no 7.º ano de escolaridade ou em todos os anos anteriores.

No caso de Barrancos, a questão da universalidade e gratuitidade da educação pré-escolar para as crianças com 5 (e menos anos) de idade está garantida.

A aplicação da medida pode complicar-se ao nível do ensino secundário. O alargamento da escolaridade até ao 12º ano implica, na minha opinião, a criação do ensino secundário na EBI de Barrancos, nível de ensino que, recorda-se, já funcionou até finais da década de 90.

A Carta Educativa do Município de Barrancos, aprovada em 2006, já definia este assunto com prioritário (pág. 147). Vamos ver!

Cfr. www.cm-barrancos.pt/educacao/carta_educ.htm

5 comentários:

Anónimo disse...

As reprovações nas escolas públicas vão ser gradualmente banidas e a tendência será a de que ao fim de 12 anos de escola todos os alunos possam ter o 12.º ano de escolaridade, fazendo subir com isso os índices de escolarização dos portugueses. O nível de conhecimentos adquiridos será inevitavelmente muito baixo, mas o que importa são as ESTATÍSTICAS, e assim Portugal poderá figurar "orgulhosamente" na lista de países com maior número de anos de escolaridade.

O 12.º ano vai ser em breve a escolaridade mínima obrigatória. Embora os jovens passem a sair do sistema de ensino com poucos conhecimentos académicos, pelo menos, enquanto por lá andam também não figuram nas estatísticas dos desempregados, o que também é bom para as tais ESTATÍSTICAS.

Assim, o facto de virem a exibir o certificado de habilitações do 12.º ano deixará em breve de dar qualquer indicação às entidades empregadoras relativamente às reais qualificações dos jovens que então vão sair das escolas e, em consequência, terão que ser as entidades empregadoras a testar os conhecimentos dos candidatos aos empregos que oferecerem. Não começaram já a fazê-lo há algum tempo?

Os alunos que frequentarem as escolas públicas poucas possibilidades terão de atingir os necessários conhecimentos para prosseguirem os estudos. Assim, os pais que desejem para os seus filhos um curso superior terão que começar a consciencializar-se desde já que a escola pública não será o caminho aconselhável para a preparação dos seus filhos, mesmo que sejam crianças inteligentes e interessadas. O ambiente não será o melhor para que tenham sucesso por vários motivos:

1.º) na mesma sala coexistirão muitos alunos com fracos conhecimentos, porque não havendo reprovações, não haverá necessidade de empenho, nem nos estudos, nem na assiduidade às aulas;
2.º) com o fim do ensino especial terão por colegas jovens com deficiências várias: auditivas, de comunicação e até psíquicas;
3.º) nem todos os jovens são iguais: há génios, mais ou menos inteligentes e até jovens com capacidade de aprendizagem muito limitada. Mas a escolaridade obrigatória é para ser conseguida por todos eles. Quem não a conseguir nunca será um verdadeiro cidadão e poderá nem ter acesso a tirar uma simples carta de condução para ser um mero distribuidor de bilhas de gás.
4.º) porque todos os jovens são obrigados a frequentar a escola enquanto menores, mesmo que por ela não revelem qualquer interesse, terão por colegas outros jovens que apenas por lá andam porque o sistema a isso os obriga. Alguns deles utilizam a escola, os colegas e até os professores para se divertirem, gozando-os e boicotando as aulas.

Enfim, o Ensino vai de mal a pior!

Zé da Burra o Alentejano

Anónimo disse...

EUREKA! descobri a maneira de reduzir o nº de desempregados. Em breve, Portugal vai reduzir o número de desempregados, para isso deverá aumentar a escolaridade obrigatória para todos os portugueses até aos 30 anos de idade. Até essa idade serão estudantes, não figuram nas estatísticas de desempregados, e serão precisos muitos mais professores (mais empregos).

Zé Pato

Anónimo disse...

nao concordo com esta medida. pois por exemplo em barrancos nao existe escola secundaria, ou seja, vamos estudar para fora a partir do 9º ano. sao os nossos pais que suportam esses gastos. se eventualmente a aluno nao quiser prosseguir os seus estudos, os pais terao de obrigalo a ir para moura, por exemplo. logico que ele vai baldar-se as aulas. os pais vao estarao a pagar alimentaçao, propinas (se for o caso), passes (actualmente a 130 euros mensais) e etc. e dinheiro que vai para a rua. falamos de um filho. e os pais que tiveram 2 filhos mais ou menos com as mesmas idades?
isto vai de mal a pior.
sara rodrigues

Jacinto Saramago disse...

Cara Sara Rodrigues

Não percebes o alcance desta medida tão importante e que tem muitas mais implicações:
Vou tentar explicar algumas:

1º - A escolaridade obrigatória até ao 12º ano implica gratuitidade, ou seja, não são os pais que pagam, mas o Estado (nós os contribuintes). Ex: no caso de Barrancos, o passe de € 130,00 até Moura, que já é comparticipado pela câmara de Barrancos em € 60,fica a zero euros. Grátis!


2º - Na EBI há condições para que o alargamento ao 12º ano seja possível em Barrancos. O ensino secundário (10º a 12º anos, já foi ministrado em Barrancos até finais da década de 90.

3º - A Carta Educativa do Município de Barrancos, homologada pelo Governo em 2006, que podes consultar na página eletrónica do MUnicípio, estabelece, entre outras prioridades, a reabertura do ensino secundário na EBI de Barrancos (cursos gerais ou profissionalizantes).

Cpts.

Jacinto Saramago

Anónimo disse...

Adorei a idéia do "Zé Pato". É hilariante a sugestão de se aumentar até aos 30 anos a idade em que se tem de andar na escola.

Pata Choca