quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Los Refugiados de Barrancos

“Os refugiados de Barrancos" é o título do documentário realizado pela Asociación Cultural Mórrimer (Llerena, Badajoz), na qual colaboraram os próprios intervenientes, jornalistas e escritores espanhóis e portugueses.

No total são 18 intervenções, da qual se destacam os testemunhos dos 10 refugiados que viveram os acontecimentos, da antropóloga Dulce Simões, do político e historiador Fernando Rosas, dos historiadores espanhóis Francisco Espinosa y José María Lama e dos jornalistas Paulo Barriga (português) e Alonso de la Torre (espanhol).

O documentário conta a história dos Campos de Concentração da Coitadinhas e de Russianas, em Barrancos, destinados a acolher e a proteger os espanhóis que fugiam da repressão franquista em Setembro de 1936, inícios da guerra civil espanhola.

A ante-estreia e apresentação do documentário ocorreu em Barrancos, no passado mês de Dezembro, tendo a estreia decorrido em Badajoz, sob o patrocínio da Junta da Extremadura, por ocasião das Comemorações do 60º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Síntese do documentário: *
"Em Setembro de 1936 são ocupadas, pelas forças do General Franco, as ultimas povoações republicanas que confinam com a fronteira portuguesa de Barrancos. Tal como na Andaluzia, a violência e o terror invade a Estremadura espanhola. Em Portugal, o apoio de Salazar ao golpe militar marcou desde o primeiro momento a sua política, fundamental à consolidação do regime. As ordens emitidas sobre o destino dos refugiados republicanos são dúbias, por isso compete aos homens no terreno interpretá-las e cumpri-las segundo os seus princípios, profissionais e humanos.

Encurralados entre o fogo das forças nacionalistas e a fronteira portuguesa de Barrancos centenas de republicanos decidem passar linha de fronteira, sem a garantia de serem recebidos como refugiados políticos. Para o efeito foi improvisado um “campo de concentração” na herdade da Coitadinha, com conhecimento de Salazar. Quando até então o procedimento das autoridades portuguesas tinha sido a entrega aos golpistas, marcando para sempre a memória colectiva sobre os fuzilamentos sumários.

A intervenção dos militares portugueses em Barrancos marcou a diferença entre a vida e a morte de 1.020 refugiados, repatriados pelo Governo português para a zona republicana de Tarragona. Resultando num acontecimento singular, que assinala a acção humanitária de homens como o tenente Seixas, posteriormente penalizado por ter ocultado a existência do campo da herdade das Russianas, onde concentrou três centenas de refugiados à revelia do poder central.

Por outro lado, a guerra civil de Espanha também reactivou as relações entre os barranquenhos e os vizinhos espanhóis, escondendo e protegendo refugiados até ao final do conflito. Hoje, ainda aqui permanecem os descendentes e as memórias desse tempo silenciado."


* Com o apoio da Drª Dulce Simões.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não assisti ao documentario, no entanto, posso dizer que o feedback que obtive de quem viu é que, foi muito bonito e emocionante.
De qualquer forma eu pessoalmente não concordo mt com o título porque dá a sensação de que, os refugiados são os Barranquenhos e não é nada disso, mas pronto isto não é mais que uma mera opinião pessoal.
Vânia Reganha

Anónimo disse...

Concordo plenamente com aquilo que aqui ja foi dito, pois o titulo do documentario foge um pouco daquilo que na realidade divia ser. Quanto ao documentario foi interessante mas um poco de "dramatismo aliado á emoção até tinha saido bem"
ASS: Sr. X