domingo, 24 de fevereiro de 2013

A solidão... no Alentejo

Albufeira de Alqueva. Foto: eB, 08fev2013
A propósito da "solidão", recebi do meu primo Xico o poema (sexteto) que não podia deixar de divulgar:
SOLIDÃO
Sinto-me só neste montado tão quieto…
Como azinheira que não tem identidade…
Na calma da planície alentejana!
O velho monte que vivia bem perto…
Foi engolido sem demora nem piedade…
Pelo mar que nasceu no Guadiana!

Cercada deste mar vivo isolada…
Com saudade da terra onde cresci…
Dos pastores, da perdiz, da cotovia!
Hoje vivo com as raízes inundadas…
Recordando um passado que vivi… 
Na terra em que o silêncio se ouvia! 

Perto vivem as velhas companheiras…
Que não foram pelas águas atingidas…
E espreitam a minha triste solidão!
Mas um dia todas estas azinheiras… 
Vão cair por um machado abatidas…
E vão arder em fornos de carvão!

ass) XICO MENDES

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