terça-feira, 31 de agosto de 2010

Carne de touro com tomate ou grão com bacalhau?

Em Barrancos, por estes dias, a fêra não é só encerros, touradas e bailes... Para além das tapas e dos copos, e da festa de rua, há a comida de família ou de amigos, em casa ou nos restaurantes locais! A carne de touro com tomate tem muita procura (foto 1) em qualquer café ou bar, mas o grão com bacalhau (foto 2) retempera e desperta qualquer um, até à corrida da tarde... Hoje foi o meu prato preferido.

A vacada do dia "32"

Como já vem sendo tradição, a nova Comissão de Festas aproveita a ocasião (embalagem?!) para realizar uma vacada, prolongando desta forma a Festa de 2010.

Festas de Barrancos 2010 - 4º dia (Finalmente o sucesso)

7h20: Temperatura de 28ºC, com tendencia ara subir até aos 38ºC. Céu cinzento, com algumas nuvens.
7h40: Menos gente nos tabuados e na rua dos encerros, mas muitas caras novas vindas expressamente para este dia.
8h00: Os cabrestos sobem a rua.
8h06: O touro, solto, começa as investidas ao fundo da rua, enquanto as pessoas correm para os tabuados..

08h17: Depois de umas brincadeiras e alguns sustos na praça, o touro sempre a urrar é enlaçado, empurrado para os curros e encerrado.
08h35: A vaca vai a caminha da praça, onde alguns "especialistas" (recortadores), entre eles Pedro Moita, brincam, divertem e ajudam a pegar no animal ...
08h50: Encerrados, touro e vaca, os cabrestos descem à rua, desta vez para irem para casa.
16h00: A tarde está quente, mas cinzenta. Pelas ruas ouve-se palmeteo, sinal de que a festa ainda não acabou...
17h45: A rega da praça...

18h10: Nos tabuados menos gente. Na arena, também menos,...
18h25: A actuação da Banda é sempre um sucesso e seguida com muita atenção pelo público presente...

18h40: A Comissão de Festas 2010, no passeilho, apresenta o matador, Jose Maria Lázaro, de seu nome.
18h45: Tudo pronto para a última corrida (e vacada) da Festa de Barrancos 2010. "A praça" tem os olhos no matador. Será hoje? Será este o que salva a "festa"? O burburinho ouve-se!
18h50: O director, Sr. Farinha, autoriza o início da Corrida. O touro está na praça. O primeiros passes, prometem. Ouvem-se as primeiras palmas. A "praça" está confiante. As banderilhas confirmam. Temos torêro! Palmas. Muitas palmas. Foi bonito de ver como eram postas as banderilhas. O matador e quadrilha estão confiantes. Provavelmente, conhecedores do sucedido nos dois dias antecedentes. Estocada única e certeira. O público responde com uma grande ovação. "Torêro. Torêro...".
 
A imagens documentam a excelente faena deste dia. Nos tabuados, nas varandas, na arena, pedem-se as duas orelhas. A primeira, foi certa. Na segunda, houve mais resistência, por parte do director. Os pedidos do público foram ouvidos. Lázaro recebeu as duas orelhas. Foi justo. Foi o triunfador das Corridas de Touros de Barrancos 2010...
Ficou provado que, mesmo "com esta praça" ou "apesar da praça, e da gente na arena", a aficcion e os amantes desta arte podem assistir a uma boa corrida de touros em Barrancos. É possível triunfar nesta praça, assim haja toureiros...
19h05: Na vaca(da) também houve torêros, mas o triunfador foi, sem duvida "El Perêra" (fotos 2 a 4, em baixo), barranquenho que destronou este ano a "El Perico" (foto 1, em baixo), que apesar de tudo soube mostrar arte e saber no tércio de banderilhas, montados no seu cavalo...
Às 20h00 fechou mais uma tarde de Corridas de Touros de Barrancos. Até 2011.
22h15: A praça surpreende com tanta gente. Espera-se a subida ao palco de Fernando Correia Marques.
22h35: O artista sobe ao palco. A praça está completamente cheia  - talvez a maior enchente deste ano! O público responde às provacações e apelos do cantor. Canta-se no tabuado; canta-se na arena; alguns atrevem-se a uns passos de dança. Em pouco mais de uma hora, o artista, acompanhado de duas bailarinas (contorcionistas?) alegrou a praça que, para minha surpresa, cantava! Foi uma noite pimba!
24h00: As portas do Quintalão já estão abertas. Há menos gente a entrar, mas meia hora depois o espaço do baile está composto, praticamente cheio. A orquestra "Nueva Alborada" começa a tocar e, pouco depois, "está aberto o baile". Uma dezena de casais dançam. No mesmo espaço, muitas crianças brincam, outras aprendem a dançar. A orquestra debita música de baile. O "quintalão" responde continua a dançar.
Esta noite, tal como nas três noites anteirores, a maioria das pessoas estava em pé (ou de pé). Não havia cadeiras, nem bancos. Durante o ano, esta e outras situações (casos?) devem ser objecto de reflexão, para que não sejam cometidos os mesmos erros em 2011.
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Nota:
Todos os textos relativos às Festas de Barrancos de 2010 foram escritos "a correr", sem qualquer revisão, para que os barranquenhos e amigos que, por qualquer razão não assistiram, pudessem ter um cheirinho da nossa fêra. Espero que o tenha conseguido.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Festas de Barrancos 2010 - 3º dia

7h00: Continua o tempo quente e seco. 21º C.
7h30: Menos gente, mas muita animação, na praça e na rua da Igreja.
7h50: Os cabrestos sobem a rua e atrás deles os mais "medrosos".
8h16: O primeiro touro faz faenas na rua antes de entrar na praça. Os paus das portas são refúgios onde, à pressa, não se protegem muitos. Algumas paredes são testadas e o reboco vai abaixo... Já na praça varreu por duas vezes o chão, fazendo com que todos subissem. Com alguma confusão, o encerro continua, sendo o touro pouco depois enlaçado e encerrado,... com resistência!
8h30: O segundo touro é mais rápido e sobe a rua quase sem ligar a ninguém. Na praça, logo a seguir à entrada, um forasteiro é colhido e arrastado alguns metros, aparentemente com alguma gravidade, sendo prontamente assistido e retirado pela portada dos correios. Com o touro mais calmo, no meio dos cabrestos, o Violante e o Rúbio enlaçam-no às primeiras tentativas.
9h10: O encerro terminou. Os cabestros já não estão. É a hora da Charanga "Os Dinâmicas" que, no centro da arena, animam a multidão, que ainda permanece pela praça. Muita música e algum bailarico...

9h50: 27ºC!
18h00: Na praça, menos gente, o mesmo entusiamo, mais calor (41ºC).
18h10: Os bombeiros regam a praça.
18h40: Começa o "passeilho", onde a Comissão de 2010 apresenta aos espectadores a Quadrilha de Toureiros e a nova Comissão para 2011. Tendo em conta o dia de ontem, as expectativas estão muitas altas...
18h50: Toca e sai o primeiro touro. Como ontem, os toureiros ainda estavam nas torneiras... Finalmente um deles decide-se e enfrenta o animal. Primeiro tércio, péssimo; segundo tércio, nas banderilhas, mal; terceiro tércio, mau. Muito Mau. Sofrível.
19h25: Vamos para o segundo touro, com a esperança de melhor sorte. Afinal não, tudo na mesma, ou pior! Os toureiros retraídos, deixam o touro à solta, que varre a praça, sob o olhar do "matador". Desta vez, uma ligeira alteração: primeiro tércio, mal; banderilhas, mal; terceiro tércio, razoável nas chicuelinas e capotassos, chegando a alegrar o público, mas... mal, muito mal na(s) estocada(s) final! Para esquecer.
Salvou a tarde, o "terceiro touro"!

22h30: No palco da praça já tocam "Los Sureños". Som não estridente, como ontem. Cantigas do costume, neste tipo de grupos espanhóis (sevilhanas, rumbas, passodobles,...). Bom espectáculo.
A praça, para uma "segunda-feira", está praticamente cheia. Nas ruas, principalmente desde a Pastelaria Aventura, também. Na esplanada do café Morenho não cabe um "quique". Está completamente cheia. Dizia um casal, com um bebé no carrinho.
24h00: Abrem as portas do Quintalão e, de rompão, uma pequena multidão vinda da praça, entra e procura cadeiras. As poucas que há, esgotam logo. "La Gran Orquestra, vinda  de Sevilha, começa pouco depois a tocar. Está aberto o baile do 3º dia de festa. Enquanto a música continua, lá fora, a esplanada do restaurante Esquina, continua cheio, tal como o muro em frente. Na rua de acesso ao baile - Rua 1º de Maio, os vizinhos aproveitam o "fresco". Está uma noite muito quente (29ºC às 23h00).
À 1h30, no primeiro intervalo do baile, os casais com bebés e crianças pequenas são os primeiros a sair. Boa música, boa orquestra. Neste domínio a Comissão de Festas fez boa escolha.
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Reflexão:
Em relação aos artistas das corridas de touro (matadores e suas quadrilhas), estamos pior que há 5, 10, 15 anos atrás. Temos de ser mais exigente nas contratações (escolhas) dos toureiros. É necessário fazer alguma coisa para acabar com estas situações degradantes que revoltam o espectador e prejudicam as nossas Festas.
Enquadradas jurídicamente desde 2002, as  Festas de Barrancos carecem de aperfeiçoamento e melhorias, sem descaracterizar ou adulterar aquilo que costumamos chamar de tradição. Estaremos a tempo de salvar as corridas de touros (espectáculo de referência), que desejamos para Barrancos? Sim, julgo que ainda é possível. Enquanto antigo membro de uma Comissão de Festas e familiar de dois festêros de 2010, estou triste, por eles e pela aficcion.
À atenção do Reinaldo, Côco, Helder, Hugo e Gonçalo (Comissão de Festas de 2011).  Ao mesmo tempo que está nas vossas mãos alterar esta situação, vão estar sob observação permanente. Do povo, mas também das autoridades locais que, estou certo, não irão ficar indiferentes. Está em causa a imagem de Barrancos.
Está aberto o debate, mas com assinatura.

domingo, 29 de agosto de 2010

Maria do Ó apresentou livro "Contos da minha infância"

Maria do Ó, pseudónimo de Maria Odete Fernanandes da Fonseca Neves apresentou ontem à tarde, no Salão dos Paços do Município de Barrancos, o seu livro "Contos da Minha Infância", recentemente editado.
Com um salão quase cheio de público e ladeada pelo presidente e pela vice-presidente da Câmara Municipal de Barrancos a Odete, muito emocionada, por vezes até com lágrimas, recordou as memórias da sua infância em Barrancos, rodeada de "palavras, de afectos e de ... magia". No livro, para além da evocação das estórias e histórias do "avô Eugénio", morador no Largo de Montes Claros, são recordados os espaços, os sons e os cheiros, no fundo as vivências da autora numa sua Terra - Barrancos - de há mais de 50 anos.
Odete, ao centro, no momento da apresentação do livro.

Odete, acompanhada pela mãe (centro) e marido (esq)

O livro , que recomendo aos leitores, pode ser adquirido no Posto de Turismo de Barrancos, ao preço de € 10,00.

Bar-dancing Paçeu, com laser show

Festas de Barrancos 2010 - 2º dia

7h00: Temperatura  quente (23ºC). Estrada acima, desde os celeiros, muita gente a pé dirige-se para o encerro.
7h30: Praça com muita gente, animada com a fanfarra (charanga) "Os Dinâmica" que este ano, pela primeira vez, actuam nos encerros. Rua da Igreja cheia. Mais que no ano passado. Os afoitos teimam e resistem, sentados no chão ou nas varandas. Alguns dormem a ressaca da noitada!
7h45: Aproxima-se a hora. Alguém passa a dizer "já chegaram!". O burbirinho nos tabuados, em cima em em baixo, aumenta.
8h00: Impacientes, nas ruas, nas varandas e na praça, todos esperamos os touros. Sobem os cabrestos. Os menos afoitos saem da rua da Igreja em direcção aos paus dos tabuados, apinhados de gente. Nalgum sítio hão-de ficar...
8h15: O foguete anuncia a largada do primeiro touro que, segundos depois, sobe a rua. Na frente os "toreros" do costume, sem medo de levar uma cornada. Foi rápido o touro. Em três minutos estava na arena. Umas voltas ao ruedo, uns ais, uns "manoletes, si non sabes torear, p'que te metes" e o touro é apanhado à corda. Com alguma dificuldade entra finalmente nos curros. Muita gente ajuda, ou empata. Mas o touro entra no encerro! Vamos para o segundo...



8h40: Depois do foguete, upa, que  o segundo touro sobre a rua. Tal como o primeiro, vai direitinho à praça, apesar das chamadas das portas, das grades, das varandas... onde o Rúbio e o Violante, experientes e sábios, conseguem "pescar" o bicho.
8h50: O encerro está terminado, sem qualquer acidente ou incidente. No tabuado a charanga continua a tocar e o público acompanha a música. Há muita animação nos tabuados e na arena. Na porta da Igreja, enquanto se forma uma fila para comprar "heringos", ou churros ou farturas, conforme os gostos, um jovem continua a dormir sem que nada ou ninguém o incomode!
12h00: Os toureiros "analisam" e sorteiam os touros que irão lidar a partir da 18 horas.

12h30: Os touros, nos curros, aguardan a chegada da hora...

13h00: No bar da Comissão de Festas de 2011 conversava-se e bebiam-se umas minis acompanhadas de uma tapas de quwijo, enchidos ou presunto de Barrancos, cujo preço estava muito em conta. Por trás do balcão, os festeiros de 2011, Reinaldo, Helder e José Côco, que estavam de turno, suavam às estupinha, enquanto alguns "clientes", distraídos, eram fotografados...
16h00: Na estrada, ao longo do Miradouro, as barracas de venda ambulante estão semi-fechadas, devido ao calor. Este ano há mais, mas uma delas é pioneira na nossas Festas e provavelmente a mais falada pelo género de podutos expostos à venda: cuecas e sutiâs ...de todas as cores. Um sucesso para meninas e senhoras!

17h00: Com uma temperatura de 38ºC, a praça já estava mais de meia, especialmente na zona de sombra. Os lugares de Sol, como o meu, continuavam vazios. Os seus ocupantes passeavam pela praça ou simplesmente estavam debaixo do tabuado, à espera que a música chegasse.
17h50: Os bombeiros regam a praça e muita gente aproveita para tomar um banho.
18h20: A Banda toca no centro da praça, de uma praça cheia. Muita gente! Todas as portadas estão fechadas. Aguarda-se a entrada dos toureiros.
18h45: Tudo pronto, mas antes o peditório a favor dos Bombeiros Voluntários de Barrancos.

18h50: Os matadores, Miquelin e Nuno Casquinha, e a sua quadrilha, fazem o passeilho e são apresentados às autoridades e ao público. A expectativa é grande...
19h00: Toca a saída do primeiro touro. As primeiras faenas de Miquelin entusiasmam a praça que, pouco depois, no estoque final, desilude e quase é expulso da arena! Foi uma faena sofrível.

19h20: O segundo touro já está na arena. Por breves momentos não tem toureiro que o receba. O animal, sozinho, dá uma voltas pela arena. A praça fica fria. Finalmente Casquinha aparece e dá dois ou três passes (algum estusiasmo), nas bandarilhas (péssimas) e o terceiro tércio... para esquecer . Para recordar, comentava-se no tabuado à minha volta, a tanguinha do matador...
19h50: A primeira corrida da Festa de 2010 estava despachada, sem história.
 20h00: Toca a descer dos tabuados, apinhados de gente desde as 17 horas. O jantar aguarda, para depois continuar a festa com a animadora no mesmo local. No entretanto, muitos sururos ouvir-se-ão sobre as faenas dos matadores e as estórias da corrida.
22h00: No palco da praça, o grupo Karysma ensaia e prepara o espectáculo, que começa por volta das 22h30. Duas animadoras, vestidas com traje de ocasião (roupa do dia-a-dia!), sobem ao palco e começam as sevilhanadas, as rumbitas e os passodobles....
23h00: Com o som tão alto, parte da "praça" está surda dos gritos. Muita gente entra, sai ou passa indiferente a quem está no palco.
24h10: A orquestra Birmania começa a tocar e a cantar no meio da pista de dança. Os cantores (dois homens e duas mulheres) causam sensação. Boa apresentação do grupo e boa música. O baile está "aberto". Os primeiros dançarinos saltam para a pista, que rapidamente enche. Num Quintalão praticamente cheio, faltam cadeiras e mesas. Quase todos em pé. As crianças, nos carrinhos ou no chão. Para o ano esta situação deve ser repensada. Devem ser colocados mais bancos, cadeiras e mesas, e desta forma cria-se um melhor ambiente de baile.