"La cocina elaborada tarda en
llegar a la Raya alentejana. No es fácil encontrar en los restaurantes
portugueses de la frontera platos que, sin renegar de la tradición, ofrezcan
variantes que nos seduzcan y nos saquen del triángulo arroz de marisco-bacalao
dorado-babas de camelo."
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Este "diagnóstico" de J.R. Alonso de la Torre, que passou por cá recentemente, já tinha sido identificado em 2005! Neste domínio, a Agenda 21 Local de Barrancos (A21L, 2005), na sequência de participação pública, identificou constrangimentos, mas também apontou potencialidades.
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Segundo a A21L, os produtos tradicionais, enquanto fruto da ruralidade do território, estariam a tornar-se uma
mais valia para a sua sustentabilidade. "A gastronomia tradicional de
Barrancos tem como base a carne de porco e de borrego, a que se juntam espécies
cinegéticas como o javali, a lebre, o coelho e a perdiz. O pão, o azeite e as
ervas aromáticas são ingredientes fundamentais que dão corpo e sabor às sopas,
migas, ensopados e açordas, enquanto os ovos, a gila, a amêndoa ou o pinhão se
ligam sabiamente em deliciosos manjares, alguns de tradição conventual.
Destacam-se ainda os queijos, o presunto, os enchidos, o mel, o azeite, a
azeitona, entre outros de excelente qualidade." (A21L, pág. 12)
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Continuando na análise, dizia a A21L de Barrancos, que "foram
identificadas áreas estratégicas para Barrancos: (a) Identidade Cultural, (os) Produtos
Tradicionais; (a) Educação; (e o) Turismo" (A21L, pág. 36), sendo que os
Produtos Locais e a Gastronomia, deveriam constituir um potencial de crescimento
e de contributo para o desenvolvimento local.
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Voltando ao ponto como começou este post, será que os nossos estabelecimentos de restauração local souberam aproveitar/explorar estas potencialidades (riqueza gastronómica) oferecendo aos turistas e visitantes uma ementa à base dos nossos produtos tradicionais e a riqueza da nossa culinária? Na altura, para promoção dos produtos locais e dinamização da gastronomia barranquenha, foi alvitrada a criação da Confraria Gastronómica do Porco Preto, ideia que ainda não esmoreceu.
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Talvez não seja necessário inovar, como sugere JR de la Torre, nem trazer chefs de cozinha de renome, como às vezes se pode pensar. Nesta "matéria", talvez baste regressar à Terra, aos pratos que ainda "comemos em casa", deixando de lado a comida estandardizada, que se pode encontrar em todo o lado!
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O movimento slow food ou a "arca do gosto", que o eB tem falado, também merecem reflexão.
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O movimento slow food ou a "arca do gosto", que o eB tem falado, também merecem reflexão.
menú local sugerido pelo eB em 12/02/2014 |
1 comentário:
IANTT deixou um novo comentário:
Interesante reflexión. Debemos saber que queremos ser, para trazar el camino y empezar a andar.
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