Tarde quente, 32ºC, às 17h30, hora de subir ao tabuado, para ocupar um dos lugares adquiridos há cerca de 15 dias.
Às 18h10, já os tabuados estão praticamente lotados e a arena da praça cheia de gente, quando entra a banda de música. Entra a tocar, de frente para a sociedade do Ricos, continua a tocar virado para a CGD, e termina tocando virado para o tabuado, para onde vai subir.
Na portada, já os matadores Jose Mª Lazaro e Eugenio Martin "El Mani", esperam há algum tempo, que a Comissão de Festas, desta vez acompanhada da "nova", faça o passeilho.
Às 18h30, sai o primeiro, para José Mª Lázaro, que se porta bem, até à estocada final, errada, mas certeira. Apesar de tudo, levou duas orelhas. Foi demais. Uma, já chegava. Enfim, somos uns mãos largas...
Recolhido o animal pela parelha de mulas, desta vez bem assessoradas, pelo Tó L., levanta-se o Bruno Rodrigues, trompetista e manda sair o segundo. Aberta a porta, surpreende-se com barulho e dá uma pirueta, saindo de frente.
Na arena, depois de alguma indecisão sobre a localização, recebe-o Eugenio Martins, El Mani, para dois os três passes e a faena muda de tércio. Continuou e, com musica e aplausos, que ele próprio pedia, colocou as melhores bandarilhas desta temporada em Barrancos. Estava contente. Mas depressa mudaria o semblante...
Nas faenas finais, deixa-se tocar por um corno, que lhe rasga a calça. Na praça, um miúdo, surpreendido, dizia que o "torero tinha collants". À medida que se aproximava do resultado, notava-se a mudança de cor: encarnada tinha a cara; branca estava no início.
Mesmo aconselhado, falhou na concretização. Depois, os nervos não o deixavam pensar e queria ser rápido. Não foi. Esteve mal. A praça esperava muito dele. Não correspondeu. Lázaro saiu triunfador.
A corrida estava concluída perto das 7h20 e pouco depois começava a cerimónia da "entrega da festa à nova comissão". Como? Não sabia? Não se lembrava desta parte? Explico: as duas comissões, a nova à frente da velha, fazem uma espécie de percorrido pelas principais ruas da Vila, com a banda filarmónica atrás, a tocar e animar. No final do percurso, que costumava ser no Cantaré (pelo menos assim foi em 1991, quando este letrista foi festêro), mas também já foi no hotel e na sociedade dos Rapazes, para-se para uma bebida e um petisco oferecido pelos novos festêros a todos os intervenientes. Com este ritual, a comissão velha passa o testemunho à Comissão nova. Assim foi hoje, assim tem sido sempre ao longos dos anos. E por que hoje, se amanhã ainda há festa? Explicação: por que dantes, pelos menos até há uns 50 anos, a fera de Barrancos tinha apenas três dia. Terminava hoje! Aos poucos, foram acrescentando um dia, o 31 e ultimamente dois, o 32, e por vezes 3, o 33! A "entrega da festa" essa não mudou. Continua a ser dia 30
Primeiro touro. José Maria Lazaro. Foto: eB, 30-08-2013
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