O Conselho do Governo autónomo da Extremadura (Espanha) concedeu hoje a Medalha da Extremadura ao Povo de Barrancos.
De acordo com a decisão hoje tomada, a Medalha foi atribuída ao Povo de Barrancos “tendo em conta os laços culturais, sociais e históricos que ligam Barrancos à região [extremenha]". Ainda, segundo a decisão, “em numerosas ocasiões, Barrancos converteu-se num refúgio para os extremenhos que, por uma ou outra causa, se viram obrigados a fugir de Espanha”. Para o governo da Extremadura, esta situação “ocorreu em princípios do Séc. XIX, para os liberais que fugiam dos Ciem Mil Hijos de San Luís* e, pouco antes da Guerra Civil, para os proprietários das terras que fugiam das revoltas agrárias”.
A “Medalha da Extremadura” tem como objecto reconhecer, distinguir e recompensar as pessoas singulares ou colectivas que, dentro ou fora da Região da Extremadura, se tenham destacado pelos seus méritos ou pelos serviços prestados à Região.
(* nome pelo qual ficou conhecido o exército francês liderado pelo duque de Angulema)
4 comentários:
Caro Jacinto!
Obrigado mais uma vez pela informação,desconhecia esta intervenção humanística do povo Barrancos.Quando o auxílio militar francês a pedido do rei Fernando VII de Espanha em 1823,para combater os liberais e restabelecer o absolutismo.
Assim foi também na guerra civil espanhola,por isso esta esta é a génese de ser Barranquenha, e queremos que assim seja,somos TERRA ÚNICA" e de GENTE ÙNICA.
Merecida esta Medalha da Extremadura Espanhola como forma do reconhecimento e agradecimento ao Povo de Barrancos.
Mais uma vez chamo a atenção do executivo camarário, para que estas informações fossem divulgadas pelo site da Câmara,que por vezes demoram fazer a actualização.
Amigo Jacinto a diáspora Barranquenha agradece-te!
Um abraço!
Tói Guerreiro
Caro Tói Guerreiro.
É importante este reconhecimento, contudo a decisão da Junta da Extremadura é um pouco redutora nos fundamentos ignorando o acolhimento nas Herdades da Coitadinha e nas Russianas dos refugiados espanhóis fugidos das tropas franquistas.
Cpts.
Jacinto Saramago
Concordo em absoluto,Jacinto!julgo até que as herdades da Coitadinha e das Russianas foram fulcrais para a sobrevivência de muitos refugiados de então,de facto seria oportuno de realçar tal feito pela Junta da Extremadura.
Vale o reconhecimento,pela forma de ser Barranquenha e aqui englobamos os habitantes destas herdades.Esperamos que este espírito solidário e humano permaneça no nosso Povo.
Um abraço.
Tói Guerreiro
A minha mãe contava-nos história de horror da guerra civil espanhola, que ela própria protagonizou e a forma "silenciosa", como os barranquenhos arranjaram, pondo em perigo as suas próprias vidas, para ajudar o povo espanhol que era colocado na fronteira sem o mínimo respeito pela dignidade humana, só porque não eram adeptos do franquismo.
Barrancos é terra raiana, perdida entre montes e vales, no Alentejo profundo, com a solidão e o esquecimento por companhia. Barrancos fica lá bem no fundo de nós mesmos vivendo de tradições e de memórias. É uma terra bonita, de gente boa, de coração aberto.
Barrancos está de parabéns assim como todos os barranquenhos.
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