terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Barrancos é um dos municípios que pode ficar sem jornais diários a partir de janeiro...

O titulo pode parecer exagerado, mas a noticia que o sustenta é mais preocupante, porque inclui meio Portugal. E diz, isto:  "A Vasp, empresa que distribui jornais e revistas em Portugal, está a reavaliar rotas diárias em oito distritos, que considera deficitários em termos de receitas e tem vários cenários em aberto ‘em cima da mesa, entre os quais acabar com as rotas nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança"

A confirmar-se esta "ameaça" da empresa distribuidora (Vasp), Barrancos - e provavelmente todos os municípios dos oito distritos das rotas alegadamente deficitárias - retrocedem a tempos que as gerações atuais não conheceram ou não recordam. Segundo o Luzeiro, nº 70, de fevereiro de 1965, citado pelo eB, em 20/10/2021"a partir de 1 de janeiro (de 1965, Barrancos começou a ter uma nova distribuição do correio, às 19h30, trazido pela carreira da EVB (Empresa de Viação Barranquense). A mesma carreira, passou a trazer também os "jornais da manhã, de Lisboa, que ultimamente recebíamos com um dia de atraso".

Como o eB refere em notícia de janeiro de 2011, provavelmente nos finais de 1977/1978 (?!) "os jornais começaram a chegar a Barrancos às 2 horas da tarde, na camioneta da Barranquense" que passou a ter uma carreira vespertina à quarta-feira e aos sábados/domingos e feriados. Mais tarde, nos finais da década de 1990, o jornais estavam em Barrancos "por volta das 8h30, trazidos pelas distribuidoras". Agora, essas distribuidoras dizem que a situação é difícil "face à subida dos custos, aos baixos índices de venda e à redução das receitas". Dantes qualquer jornal diário vendia milhares de exemplares e hoje a maioria tem vendas residuais. No inicio de 2000, o Expresso chegou a vender 140 mil, hoje anda pelos 30 mil; o Público, que vendia mais de 50 mil, hoje vende menos de 10 mil; o Diário de Noticia vendia 70 mil, hoje nem sequer chega aos mil. Até o Correio da Manhã, que se diz líder, passou de 120 mil para menos de 30 mil exemplares. É claro que a redução das vendas em papel terá sido compensada com o aumento das receitas de assinaturas digitais, mas neste caso as distribuidoras não recebem nada!

Para quem é leitor de jornais desde 1984/85 - na altura comprados pela rua ao saudoso Tio Zé das Cautelas, depois na Papelaria Rodrigues (em Montes Claros), também chamada papelaria Noudar, na Papelaria Branquinhos (2008), que passou depois a Tartaruga Verde (2014), na rua das Forças Armadas, e atualmente na Loja do Adelino (na rua de Noudar, frente à Farmácia) - "ficar" sem poder comprar um jornal em Barrancos constitui uma situação penalizadora da garantia de acesso à informação.

Talvez por este motivo, há já quem esteja a pedir a intervenção do governo (central), das comunidades intermunicipais (regional) ou até de municípios e freguesias, para "arranjar soluções"! Espero que não sejam necessárias estas "intervenções" e que possamos continuar a poder comprar jornais nas papelarias das localidades dos oito distritos sob ameaça, entre as quais Barrancos. 

Foto: daqui

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