quinta-feira, 29 de julho de 2021

Censos 2021 confirmam redução da população de Barrancos - 399 indivíduos ou - 21,8% de habitantes!

Os resultados dos Censos 2021, ontem divulgado pelo INE, agravam a tendência de regressão populacional de Barrancos, iniciada na década de 1950-60 com os primeiros "surtos" migratórios, nacional (Lisboa e arredores) e estrangeiro, nomeadamente França (fig1).

Os dados de 2021 (fig2) são "piores do que o eB esperava" -  uma redução de -21,8% de população (-399 habitantes), passando de 1834 residentes (2011) para 1435 residentes (2021), confirmando-se o "cenário extremo, de catástrofe" com repercussões, a curto prazo, no estatuto territorial. Para comparar o trambolhão de 2021 (- 21,8%) temos de regressar aos censos de 1970, no caso pouco fiáveis, onde a queda oficial foi de - 23,88%.

Ainda, segundo o INE, todos os municípios da "nossa" zona/região tiveram perdas de população (fig2), entre -9,1% (Alvito) e -12,5% (Moura), -12,8% (Vidigueira), sendo Barrancos aquele que verificou o maior decréscimo a nível nacional -21,8% (fig3).

Confirmados os dados negativos sobre a evolução populacional, será este o principal constrangimento (ou desafio) do próximo executivo municipal, com repercussões ao nível financeiro já no orçamento de 2022, com a redução significativa das transferências do fundo de equilíbrio financeiro (FEF). Pouco depois (re)começará o debate politico sobre o modelo de organização administrativa do território, que será preciso rebater e combater. Haja capacidade para isso.

Chegados a este ponto ficam algumas questões para resolver, entre elas: 1) Que modelo de desenvolvimento precisamos para Barrancos (e para o Alentejo)? 2) Como reverter esta situação na próxima década? 3) Com (I)migrantes, numa terra de (E)migrantes? 

Fig1 - Evolução da população (1900-2021)
Fig2 - resultados dos censos 2021 - Barrancos
Fig3 - resultados dos censos 2021 - municípios da zona/confinantes
Fig4 - evolução comparativa da população maior crescimento/decréscimo

9 comentários:

Anonimo disse...

O executivo da câmara sempre teve essa noção, combatendo como pode! Alguns iluminados e q parecia q quando entrassem se comiam o mundo! Deitando abaixo e denegrindo os que lá estavam! Passado 4 anos a vista esta o pano, não só não foram capaz de parar a hemorragia como ainda deixaram a ferida mais grande! Já podem ir para onde vieram! Isso sim uns com desemprego e outros talvez até enfiados na função pública! Afinal era o q pretendiam! Cump. Jacinto!

Anónimo disse...

Gostei particularmente desta parte:

"Nesse sentido, o presidente da câmara municipal defende que “a solução tem que ser um apoio efetivo ao tecido empresarial”, nomeadamente através da “isenção de pagamento de impostos” ou por intermédio de ajudas “na formação profissional” e “na construção de fábricas”."

Gostaria de perguntar nestes últimos dois anos de pandemia, que todos estarão de acordo em que foram de maior dificuldade para as pessoas e para as empresas onde esteve a isenção de impostos (IMI por exemplo), ajudas na formação ou pelo menos uma simples visita para perguntar “Como estão as coisas? Precisam de ajuda?
Por acaso têm uma mínima ideia das dificuldades que as empresas do concelho (e são bem poucas) atravessaram e atravessam? Não me parece…

Sem nenhuma cor politica só espero que não me falte o trabalho na minha empresa para não ter de depender dos políticos!

Jacinto Saramago disse...

O/a anónimo das 15h24 deve referir-se (nos 1ºs parágrafos) a alguma entrevista que o presidente da CMB tenha dado, que não conheço. Contudo, nestes meses de incertezas e pandemia, a CMB criou um programa social de apoio à comunidade em geral e às empresas, chamado "Prog Emergencia Socia", que pode consultar aqui:http://www.cm-barrancos.pt/smpc/COVID-19.htm
que foi aplicado por duas vezes. Se foi curto ou generoso (em apoios), não consigo dizer, depende da interpretação e cada lado.
cpts

Jacinto Saramago disse...

a/o anónimo/a das 13h37
Sejamos honestos: o gravíssimo problema de despovoamento, confirmado pelos Censos 2021, é estrutural, não sendo possível estimar, sem aprofundar estudos, a evolução por períodos.
E sim, tem razão, a "sangria" continua. A questão seria "como parar esta sangria"?

cpts

Anónimo disse...

Não vejo qual é a admiração aqui nos comentários do Blogue Jacinto, Barrancos assim como a maioria dos conselhos tem baixado um grande volume de população, qualquer aldeia, Vila ou incluso cidade tem muitíssimas casas e ruas totalmente desabitadas, as famílias numerosas como há 30 anos atrás já não existem e assim que é bastante natural que as populações venham a baixar os números, não vejo as autarquias culpadas desses problemas mas sim a qualidade de vida que estamos atravessando onde cada vez os casais têm menos filhos e inclusivo nenhum, criação de novas empresas e postos de trabalho como se refere alguns comentários anteriores penso eu que não iria aumentar as populações, porque sempre houve emigrantes portugueses que foram para o estrangeiro e incluso para outros pontos de Portugal e sempre entraram outros forasteiros que se tornaram residentes nos nossos povos.

romcadur@gmail.com disse...

Há uma forma de ajudar, que é bastante velha, se todos os que nos governaram até agora tivesses posto os olhos nas populações do género de Barrancos, que fizeram investimentos na vias rodoviarias teriamos bons acessos e muito menos isolados, É o isolamento que leva as pessoas a não se fixarem acompanhando esses projectos com tudo quanto dai nasce., indústria, comércio, desenvolvimento integrado e não isolado. Desde o tempo dos romanos foram as vias de transportes que desenvolveram as áreas, sem elas nada se desenvolve. tenham isso em conta e verão os resultados.

Anónimo disse...

A situação tem uma explicação facil, é só fazer contas. Se em Barrancos morrem todos os anos mais de 20 pessoas e nascem meia duzia, quando nascem, é simples perceber quanta população perdemos em 10 anos. Sem querer culpar nada nem ninguem, acho que em 2011 não havia mais de 1800 habitantes, e acho que agora também há mais alguns habitantes que só 1435. Ainda se lembram como foram feitos os censos de 2011, alguem podera esclarecer algumas circunstancias.

Anónimo disse...

Seria interessante saber se os 1435 Barranquenhos querem mesmo que este número aumente..e se for assim se estariam disponíveis para abdicar de algum benefício pessoal??? Julgo que todos sabemos a resposta..

Tói Guerreiro disse...

... o problema do despovoamento e do desenvolvimento de Barrancos, está desde longa data identificado, são as acessibilidades rodoviárias, que desde sempre não existiu vontade política dos sucessivos governos, pois Barrancos não dá votos ! Se este "erro de palmatória", fosse resolvido, julgo que Barrancos, teria condições para o seu desenvolvimento e por consequência segurar a sua população, e aqui acredito também, que Barrancos teria condições, para um interessante entreposto de mercadorias.