terça-feira, 10 de março de 2015

Memórias de Barrancos - o chaparro do índio na herdade da Coitadinha

O chaparro do "índio" ficou na memória das gentes de Barrancos por ter sido o local onde um GNR  - “guardinha” na terminologia local da época - terá matado um homem. Consta que este, por ter a tez escura e ser indigente, seria conhecido como “o índio”, uma pessoa que estaria numa situação de fragilidade e vulnerabilidade física e emocional.
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Sobre este trágico acontecimento, presenciado por vários trabalhadores da herdade da Coitadinha, são conhecidas, pelo menos, duas versões:
 - a do atenuante ou da "legítima defesa", que diz que o homem "o índio" teria ameaçado o guardinha, fazendo-lhe frente com uma navalha na mão; e
- a do homicídio premeditado,  segundo a qual “o índio”, seria baleado à queima-roupa sem que tivesse reagido ou tivesse feito qualquer gesto ameaçador, alegadamente por não ser da confiança dos guardas, ou pelo menos do homicida.
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Divergindo na maneira (método), as versões coincidem sobre a forma: o homem morreu com um tiro da espingarda (revolver) dum GNR, ficando uma das balas (projétil) cravada no tronco da árvore.
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Se a localização do sucesso no espaço está certa, sobre o tempo não há certezas, mas tudo indica que terá ocorrido nos primeiros anos da década de 40 (séc. XX), já passado o período conturbado da Guerra Civil de Espanha.
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O chaparro do Índio, hoje uma azinheira seca, fica herdade da Coitadinha, Parque Natureza de Noudar, cerca de 100 metros antes do poço da Ferradura, perto do caminho, no sentido Barrancos/Noudar.
o chaparro do Índio, hoje uma azinheira seca que, dizem,
marcada pela tragédia "recusou crescer"
 cruz e carica no tronco a indicar o sítio onde ficou cravada a bala
Fotos: eB, 05-03-2015

2 comentários:

João Martins disse...

História muito interessante e até agora por mim sesconhecida

IANTT disse...

Es la primera vez que he escuchado esta interesante historia