sábado, 31 de julho de 2010

Destaque "Expresso": O preço do isolamento

O semanário Expresso, na sua edição de hoje, distribuiu um dossiê especial sobre o Alentejo (ver foto), no qual há um destaque para Barrancos (pág. 25), entre outros muitos municípios alentejanos.
"O preço do isolamento" foi o título escolhido pelo periódico para resumir a informação prestada pelo presidente da câmara municipal, António Tereno, que "considera que Barrancos tem ficado esquecido quando se trata de conceder apoios ao desenvolvimento".
Terra de Solidariedade, "Barrancos sofre os efeitos do isolamento, que se traduz nalgum ostracismo a que pode ter sido votado pelo poder central". As queixas do presidente barranquenho incidem sobre vários sectores, "como as acessibilidades (estradas), a saúde (médico de fim-de-semana pago pelo município e os apoios à ARS para construção do novo centro de saúde), a educação (investimentos exclusivamente municipal e a recusa na aceitação das competências nos moldes propostos) e, de algum modo, o turismo".

4 comentários:

Anónimo disse...

Sem duvida que o presidente da camara tem razão,mas tambem temos que ser justos e falar no geral; temos pessimas estradas, temos uma assistencia medica deficitaria, temos muitos outros problemas - alguns destes são da directa responsabilidade do governo; MAS - e falando nas grandes obras, o presidente da camara tambem tem que reconhecer que - centro de saude, quartel dos bombeiros, parque empresarial, lar - todas estas obras, quer se queira quer não, maior ou menor decisão, em todas elas tambem houve decisão/intervenção, favoravel a Barrancos e aos Barranquenhos, por parte do governo - é ou não é isto verdade - acho que temos que continuar a reclamar, a exigir mais, mas que não nos chamem pobres e mal agradecidos. obrigado. cumptos.

Jacinto Saramago disse...

Nota do autor:
Caro/a anónimo/a:

As obras citadas foram objecto de financiamento por parte de programas comunitários. Não é admissível a "intervenção governamental". Há financiamento nacional! Será este o termo correcto.

No caso do Lar, o financiamento global do Programa PARES não chega a 40% do custo total daquela obra! Do financiamento PARES foram excluídass as componentes AVAC (ar condicionado e climatização) e arranjos exteriores (cerca de 700 mil euros), para garantir a elegibilidade do projecto. Também não foi considerado o custo do terreno. Nesse sentido,estes custos terão de ser suportados a nível local (leia-se CMB).

O investimento na área da saúde (construção de Centro de Saúde) é uma competência exclusiva do governo e não dos Municípios. Contudo, este projecto só foi possível com a intervenção da CMB, que cedeu o edifício onde será instalado o novo centro (a antiga escola).

Cpts.

Jacinto Saramago

Anónimo disse...

Na minha opinião, nós Barranquenhos somos muito culpados tambem por toda esta situação... só fomos à capital, vezes sem fim, manifestar-nos pela nosssa tradição (uma festa) mas por melhores acessos e condições de vida para quem vive o dia-a-dia na raia, nunca o temos feito! Pede-se ao poder local, ou seja à CMB que de igual forma que o fez quando nos manifestamos pelas nossas tradições, volte a organizar as manifestações agora pelos nossos direito como Portugueses que somos também, temos direito a bons acessos e melhores condições de vida no geral...

Maria galhoz disse...

Trinta e seis anos após o 25 de Abril de 1974,Barrancos continua isolado e no marasmo:Uma população cada vez mais envelhecida com reformas de miséria, o espectro do desemprego a pairar sobre as cabeças dos mais jovens e daqueles que ainda podem trabalhar,os problemas na área da saúde permanecem.Analisando a situação acho que não é justo canalizar todas as culpas para o poder central e local.
Onde está o valoroso povo de Barrancos que um dia rumou até Lisboa com toda a razão exigir que
a tradição secular dos toiros de morte fosse respeitada em Portugal?
Onde está a voz do povo que soube ser solidário e actuou com nobreza, ajudando os nossos hermanos durante a guerra civil em Espanha?
Onde está a voz deste povo que aceita em silêncio decisões contrárias à sua vontade,voz que eu recordo nas saudosas estudiantinas que animavam os carnavais de outrora e que deixámos morrer,enquanto adoptámos tradições importadas como o dia
das bruxas?
Nos jovens barranquenhos está a esperança no futuro desta terra
raiana.
Agarrem o futuro nas suas mãos,não deixem que outros tenham voz por vós.